Los Pirata de volta a São Paulo com novo CD

A banda Los Pirata volta a São Paulo para apresentar novo CD (Foto: ©Divulgação) Com um portunhol irresistível, algumas letras em inglês e um rock energético, a banda Los Pirata, […]

A banda Los Pirata volta a São Paulo para apresentar novo CD (Foto: ©Divulgação)

Com um portunhol irresistível, algumas letras em inglês e um rock energético, a banda Los Pirata, uma das mais divertidas e criativas do rock brasileiro, está de volta a São Paulo para lançar o terceiro álbum, “Les Show”, no Sesc Pinheiros, nessa quarta-feira, 27 de abril, a partir das 21h. Auto-denominado “power trio chicano-independente”, o grupo formado por Jesús Sanchez (baixo e voz), Loco Sosa (bateria e voz) e Paco Garcia (guitarra e voz), contará com a participação especial de BNegão, Curumin, Marcelo Jeneci e André Abujamra.

Gravado em Nova Iorque, nos Estados Unidos, o álbum “Les Pops” conta com 11 canções compostas durante as três semanas em que a banda circulou pelo sudoeste do país, depois de participar do South by Southwest, em Austin, no Texas, convivendo, como os integrantes dizem, com índios, cowboys e UFOs, na van apelidada “ballena blanca”. O resultado é um disco que demonstra todo o amadurecimento dos rapazes, que não perdem o que tem de melhor – serem excelentes músicos e terem um bom-humor bastante próprio.

O álbum começa com o rock potente “Les Shows”, com vários efeitos e a delicada letra: “Le cat / Le shot / El perfecto ato de morir de amor / Sin palabras, sin lagrimas / El deserto lhama por mi quando no junto a ti”. Em seguida, vem o quase mambo “Amor y Libertad”, com os versos derramados: “Navego en libros / Y escucho em discos / Buscando asi la eterna inspiracion / Quizás alguien compreenderá (que…) / Yo quiero amor, y quiero libertad / Si no tengo los dos, mi vida és la mitad”. “Glory Days” está mais para rockabilly, com direito aos corinhos e jogos de vozes.

Duas das melhores faixas são a doce “Mi Right Number”, composta pela banda com Tony Berchmans, músico, compositor, produtor musical, engenheiro e escritor especializado em música de cinema; e a dançante “Caderada”, bem ensolarada e com humor negro: “Caderada / Esto es muy natural / De plástico no hace mal / De madeira o de metal / Todos para el hospital”. Também vale prestar atenção na ótima “Mazfa Lights”, com letra em inglês e uma pegada das bandas indies dos anos 90, com pitadas de Beach Boys. É para afastar os móveis da sala e sair dançando com a vassoura. O ritmo contagiante segue com a punk “Filipino Weird” (“Spank Spank Spank”); e a graciosa “Pirate’s Lullaby”, com seus assovios e “lalalás” deliciosos. O álbum termina com o rockão “Mode On”.

Informações

Quarta-feira (27/4), às 21h.
 Ingressos de 5 a 20 reais.
Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195.
Pinheiros. T:30959400.

 

Leia a seguir uma entrevista exclusiva com Jesús Sanchez, baixista e vocalista do Los Pirata.

No que “Les Shows” é diferente dos dois álbuns anteriores? Você percebe um amadurecimento no trabalho da banda? Se sim, em que sentido?

Considero nosso novo álbum “Les Show” um híbrido entre a urgência artística de “En una Onda Neo-Punque” e o depuramento mais trabalhado de “La Re-Vuelta”. Se for amadurecimento, ferrou, pois o próximo passo é a podridão!

Como surgiu a ideia de convidar André Abujamra, BNegão, Marcelo Jeneci e Curumin para participar do show de vocês? E como acredita que será o resultado?

André Abujamra, BNegão e Curumim tem relações profundas com a história do Los Pirata. Curumin sempre dividiu shows com o Los Pirata, Abujamra queria ter tido a ideia de fazer a banda antes que nós e por isso ficou muito enciumado deixando de falar conosco por uns 10 anos. BNegão nunca vai aos nossos shows, por isso só convidando ao palco para tê-lo presente. Jeneci é nosso irmão camarada de longas jornadas…

Como foi a experiência no South by Southwest, em Austin, e de que modo ela reflete no novo álbum?

O South by Southwest, foi uma ótima desculpa para criarmos o novo álbum. Com o pretexto de tocar no Texas fizemos um incrível show do Los Pirata no Club Spaceland em LA, gravamos no estúdio do Pete Curry (Los Straitjackets), cruzamos 4 estados de van tomando drinks e comendo nachos e porcos voadores e compusemos, arranjamos e gravamos “Les Show” em NY.

Como você avalia o atual cenário do rock brasileiro comparado ao momento em que vocês formaram a banda em 2001? Por quê?

Como tocamos MPB Mexicana, fica difícil falar sobre o rock brasileiro, mas posso dizer que ele continua a ser um chamariz não remunerado para levar publico para consumir bebidas em casas noturnas bastante lucrativas.

Como você avalia o fato de parte da imprensa dar mais destaque para o fato de vocês serem bem-humorados e cantarem em portunhol?

Estamos pensando em contratar uma estilista/esteticista para desenvolver o visual da banda, pra nos deixar mais sexys e atraentes!!!

O videoclipe é algo importante para Los Pirata? Por quê? Nesse sentido, como foi a experiência com Laerte em “Maldito Verano”?

Só temos seis videoclipes produzidos e alguns deles foram fundamentais na nossa trajetória: “Nada” nos lançou na MTV e concorreu ao VMB, “Lospi Gospel” e “Republica de los Bananas” são obras-primas da filmografia alternativa, e “Maldito Verano” nos deu a oportunidade de sermos imortalizados quadrinhisticamente (sic) pelo nosso maior herói: Laerte. Sensação indescritível, glory days!!!