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‘O Sonho de Wadjda’, sopro de esperança para os direitos das mulheres sauditas

Longa de ficção que estreia nesta sexta (3) é o primeiro dirigido por uma mulher na Arábia Saudita
por Xandra Stefanel, especial para RBApublicado 02/05/2013 15h55, última modificação 02/05/2013 16h36

Se fazer um filme, seja lá onde for, já é difícil em situações consideradas “normais”, imagine para uma mulher dirigir um longa-metragem na Arábia Saudita, onde a condição e os trabalhos disponíveis para elas são extremamente restritos. O Sonho de Wadjda, de Haifaa Al-Mansour, que estreia nesta sexta-feira (3) nos cinemas brasileiros, além de ser a primeira ficção totalmente filmada e produzida no Reino da Arábia Saudita, foi o primeiro filme dirigido por uma mulher no país.

Para filmar, Haifaa teve de pedir autorizações, enfrentou burocracias, censuras e até ameaças. Na cena, a jovem Wadjda, vivida por Waad Mohammed (Foto: Divulgação)

O tema não poderia deixar de ter relação com as condições em que mulheres e meninas vivem naquela região. Wadjda (Waad Mohammed) tem 12 anos e mora na capital, Riad. Como vem de uma família considerada mais liberal, ela usa calça jeans e tênis e gosta de rock’n’roll. Seu maior sonho é ter uma bicicleta para poder apostar corrida com seu melhor amigo, Abdullah. O problema é que em seu país as mulheres são proibidas de andar de bicicleta porque estas são consideradas perigosas para a honra das meninas.

Como ganhar esse presente de seus pais está fora de cogitação, a chance de Wadjda realizar seu sonho surge com um concurso sobre os preceitos do Alcorão promovido pela sua escola. Mesmo distante dos costumes e de sua religião, ela começa a se dedicar intensamente para ganhar o prêmio em dinheiro e poder comprar a tão desejada bicicleta.

Ousadia

Para filmar O Sonho de Wadjda, Haifaa teve de pedir autorizações, enfrentou burocracias, censuras e até ameaças. Na Arábia Saudita, todos os meios de comunicação devem obedecer a normas éticas bem determinadas (e limitadoras). Eles têm até uma entidade governamental chamada Comissão para a Promoção da Virtude e a Prevenção do Vício, que controla as atividades culturais e tem o poder de punir e mandar prender quem não respeite os preceitos éticos e comportamentais.

Não era raro que a polícia aparecesse no set de filmagem para verificar as autorizações. Nas regiões (ainda) mais conservadoras, Haifaa sofreu ameaças e algumas vezes teve de dirigir os atores de longe, dentro de uma van, pelo celular. Mas todas as limitações foram transpostas e o resultado é um filme leve, que mostra a amizade e a ânsia de liberdade das mulheres sauditas. É um grito que evidencia que mudanças começam a ocorrer até mesmo onde os direitos mais básicos das mulheres ainda não são respeitados.

Para se ter exemplos práticos desses “avanços”, basta olhar para os dois últimos anos: em 2011, elas conquistaram o direito de votar e ser votadas nas próximas eleições locais, em 2015; no ano passado, pela primeira vez houve participação feminina saudita nas Olimpíadas; e em janeiro deste ano, mulheres foram nomeadas pela primeira vez a compor 20% da Shura, o Conselho Consultivo da Arábia Saudita.

Não se sabe se por causa do filme ou não, mas em abril passado o governo passou a permitir que meninas e mulheres andem de bicicleta, mesmo que a permissão se restrinja a áreas de lazer determinadas e sempre com a presença de um guardião.

Ficha técnica

  • Título original: Wadjda
  • Ano: 2012
  • Gênero: Drama
  • País: Arábia Saudita (co-produção Alemanha)
  • Duração: 97 minutos
  • Direção: Haifaa Al Mansour
  • Elenco: Reem Abdullah (mãe), Waad Mohammed (Wadjda), Abdullrahman Al Gohani (Abdullah), Ahd (Hussa), Sultan Al Assaf (pai)

Mesmo que tenha sido difícil achar mulheres que topassem encenar sem burca na presença de homens e que tenha passado por problemas que, em geral, produções cinematográficas não passam, para Haifaa Al-Mansour era imprescindível filmar o longa todo em seu país e apenas com atores sauditas. “Era importante para mim trabalhar com um elenco saudita, de contar essa história através de vozes autênticas e que o filme oferecesse uma visão de meu país através de temas universais como a esperança e a perseverança”, disse em depoimento à distribuidora de seu filme no Brasil, a Imovision.

Projeto Cine Bijou debate golpe militar chileno

por Redação da RBApublicado 02/05/2013 13h23, última modificação 02/05/2013 14h02

‘Machuca’ narra o nascimento da amizade entre garotos de classes sociais distintas (Foto: isobelo/Flickr CC)

O Projeto Cine Bijou exibe no sábado (11) Machuca, filme chileno que mostra o nascimento da amizade entre garotos de classes sociais distintas às vésperas do golpe militar comandado por Augusto Pinochet, em 1973.

A partir da história de Gonzalo, de classe média alta, e Pedro Machuca, de família pobre, Machuca mostra o cenário político vivido no Chile antes e depois do golpe de Estado, com passeatas em defesa do socialismo e manifestações organizadas pela direita nacionalista para retomar o poder. O filme é dirigido por Andrés Wood, cuja filmografia tem obras como “Violeta foi para o céu” (2011), que traz a biografia de Violeta Parra, cantora e artista plástica chilena.

A sessão de Machuca começa às 15h, no Teatro Studio Heleny Guariba. Após a exibição do filme, haverá um debate com Elza Lobo, jornalista que estava exilada no Chile quando ocorreu o golpe militar encabeçado por Pinochet. A sessão é gratuita. Os interessados devem se inscrever pelo e-mail [email protected].

 

Projeto Cine Bijou exibe Machuca:
Data: 11/5 (sábado)

Horário: 15h
Local: Teatro Studio Heleny Guariba – Praça Roosevelt, 184, Consolação, São Paulo (SP)
Entrada: Gratuita 
Inscrições: [email protected]
Telefone: (11)  2306-4801 

 

Filme ‘Doméstica’ expõe laços afetivos e de poder no cotidiano de empregadas

Documentário de Gabriel Mascaro escancara herança escravocrata num tempo em que o país rediscute um novo patamar de relação de trabalho
por Xandra Stefanel, especial para a RBApublicado 30/04/2013 11h31, última modificação 30/04/2013 14h53

Empregada da empregada: Flávia trabalha na casa de sua patroa, que também trabalha como empregada em outra casa de classe média alta (Foto: Divulgação)

Não é à toa que o documentário Doméstica chega aos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília em 1° de Maio, Dia Internacional do Trabalho. Apesar de a categoria ter direitos reconhecidos com a recém-aprovada PEC das Domésticas, as condições em que vive a maioria dessas trabalhadoras nem sempre são dignas de comemoração. É o que retrata o longa-metragem de Gabriel Mascaro (Um Lugar ao Sol, Avenida Brasília e Formosa).

Para conseguir um olhar mais íntimo e menos intimidador, o diretor deixou câmeras com sete adolescentes de diferentes condições sociais para que gravassem durante uma semana suas empregadas domésticas em seus respectivos trabalhos. O material bruto entregue para o diretor traz à tona as relações de poder que muitas vezes se emaranham com questões afetivas das empregadas em relação aos patrões e vice- e-versa.

Os adolescentes se apresentam e contam há quanto tempo suas empregadas trabalham em suas casas: “Ela é da família”, “está aqui desde que nasci” são frases comuns no documentário, cuja riqueza, longe de ser qualquer aspecto técnico, está na diversidade dos personagens retratados e na maneira que entrevistados (domésticas) e entrevistadores (os “patrõezinhos”) se relacionam.

As imagens amadoras chegam a incomodar no início, mas quando embarcamos nas histórias e em todas as nuances das relações, a questão técnica vira um mero detalhe. Antes de entrar na sala de cinema, é preciso conhecer a proposta do diretor para se deixar levar pelas histórias: da patroa que na infância era a melhor amiga da atual empregada; a relação da senhora que cuida do filho de sua ajudante como se fosse seu; a vergonha e o constrangimento do empregado doméstico que tem sua história pessoal devassada pela chefe; da doméstica que cuida da casa e dos filhos de uma doméstica…

Apesar de não se tratar de um filme de denúncia, a violência contra a mulher, o trabalho infantil, e solidão são recorrentes no discurso dessas mulheres. Fica clara a intenção do diretor de mostrar que a profissão é, de alguma forma, atrelada à pobreza e como a sociedade encara com naturalidade péssimas condições de trabalho. É considerado normal, por exemplo, oferecer o minúsculo quarto dos fundos para as ajudantes, fazer com que não comam junto dos patrões e não dar folga durante muito tempo. Afinal, o morar, o comer e o viver dessas profissionais vêm depois do morar bem, comer bem e do viver bem de seus “senhores”.

Mesmo assim, poucas no filme deixam transparecer um descontentamento. Ao contrário. “Se não fosse bom trabalhar aqui, eu não estaria aqui há 13 anos, né? Mais tempo eu passei aqui do que eu passei com a minha mãe”, diz Gracinha que, na teoria, tira folga a cada 15 dias para ir visitar a família. “Mas eu tenho que ficar aqui quando alguém viaja, quando sua vó adoece…”, declara para a adolescente, filha de seus patrões.

No começo do ano passado, em que o documentário foi filmado, Gracinha não pôde ir para sua casa durante três meses. “O que ninguém imaginava era que esses seriam os últimos meses do meu filho, o único filho que eu tinha, que foi assassinado. E eu quase não fiquei com ele esse ano”, afirma a doméstica que, como a maioria das outras, fazem do ambiente de trabalho também sua moradia. Como que para se recompor, em seguida apresenta o ventilador e sua cama, cujo colchão – “ortopédico!” – a patroa lhe presenteou. “É por isso que eu me sinto em casa.”

Documentário Doméstica

  • Direção e concepção: Gabriel Mascaro
  • Produção: Rachel Ellis
  • Montagem: Eduardo Serrano
  • Com: Dilma dos Santos Souza, Flávia Santos Silva, Helena Araújo, Lucimar Roza, Maria das Graças Almeida, Sérgio de Jesus e Vanuza de Oliveira
  • Fotografia: Alana Santos Fahel, Ana Beatriz de Oliveira, Jenifer Rodrigues Régis, Juana Souza de Castro, Luiz Felipe Godinho, Perla Sachs Kindi, Claudomiro Canaleo Neto
  • Pesquisa e produção local: Carolina Fernandes (Manaus), Livia de Melo (Recife), Marcelo Grabowsky (Rio de Janeiro), Isabel Veiga (Rio de Janeiro), Marcella Sneider (São Paulo), Natalice Sales (Salvador), Tiago de Aragão (Brasilia)
  • Duração: 70 min

Não dá para não se incomodar com o constrangimento de Lucimar quando questionada se era feliz e sobre como a relação pessoal se deteriorou depois que veio trabalhar com a patroa e amiga de infância. Pior ainda quando a chefe de Sérgio expõe os problemas de família dele sem pedir permissão. “Não sei se ele me autoriza, mas como sou eu quem está falando, vou falar.” O olhar cabisbaixo do empregado chega a dar um nó no estômago.

Relações como essas apresentadas pelo filme de Mascaro se desenrolam todos os dias nas casas de milhares de brasileiros. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 7 milhões de mulheres trabalhando como empregadas domésticas no país. O que o documentário faz é apresentar um microcosmo de uma profissão que ainda guarda resquícios de uma cultura escravocrata em pleno século 21.

 

Artistas do hip hop marcam presença em feira literária de Poços de Caldas-MG

por guibryan1publicado 28/04/2013 23h51, última modificação 30/04/2013 12h42

O mais importante evento literário do sul de Minas Gerais, a Flipoços, em Poços de Caldas (MG), reúne nesta terça-feira (30), as mais importantes representantes femininas da cultura hip-hop e das periferias brasileiras. Trata-se da jornalista e escritora Elizandra Souza, que, em 2012, lançou o livro de poemas Águas da Cabaça; da cantora Lívia Cruz; e Lunna Rabeti, criadora do livro coletivo Perifeminas e da Frente Nacional de Mulheres do Hip-Hop (FNMH²). A mediação é da jornalista Jéssica Balbino, que pesquisa e escreve a respeito da cultura hip-hop, da literatura marginal e da arte produzida nas periferias.

Outros nomes importantes da cultura hip-hop também estarão presentes na 8ª edição do festival literário. Entre eles, Toni C, RAPadura e Marcelino Freire. O encerramento ficará por conta do rapper Dextor, que realizará uma palestra e um pocket show com o DJ Loo. O grafiteiro Eduardo Kobra fará uma participação especial no evento.

Mais informações em www.feiradolivropocosdecaldas.com.br

Serviço
8ª Flipoços – Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas – até 5/5, das 10h às 19h. Grátis
Espaço Cultura da Urca. Praça Getúlio Vargas, s/n. Centro. Poços de Caldas/MG
T: (31) 2626-4317

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Siba faz show gratuito em praça paulistana

por guibryan1publicado 28/04/2013 23h38, última modificação 30/04/2013 12h48

© divulgação

O cantor pernambucano Siba estará no dia 11 de maio, sábado, na Praça Victor Civita, em São Paulo, apresentando gratuitamente o repertório de uma coletânea que reúne músicas de seus quatro discos – Violas de Bronze, Fuloresta do Samba, Toda Vez Que Dou Um Passo O Mundo Sai do Lugar e Avante.  Em seguida, o artista parte para Belém (1/6), Brasília (21/6), Belo Horizonte (6/7) e, no segundo semestre, para Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro e Recife.

Siba é considerado um dos mais criativos nomes da música pernambucana e é acompanhado por Mestre Nico (percussão), Leandro Gervazio (tuba), Felipe Faraco (teclados) e Thiago Babaly (bateria). No repertório, estão músicas como Ariana, Preparando o Salto, Brisa, Cantando Ciranda na Beira do Mar, Canoa Furada e A Bagaceira. As duas últimas foram gravadas por a Fuloresta, grupos tradicionais de Nazaré da Mata.

Serviço
Show Siba – Lançamento da turnê Avante. Sábado (11/5), às 18hs. Grátis
Praça Victor Civita – Rua Sumidouro, 580. Pinheiros. São Paulo/SP
T: (11) 3031-3689

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Zeca Pagodinho comemora 30 anos de carreira com clássicos do samba

por guibryan1publicado 28/04/2013 21h38, última modificação 30/04/2013 14h50

Comemorar 30 anos de carreira equivale a lançar uma coletânea reunindo os grandes sucessos obtidos ao longo dessa trajetória. Na maioria dos casos, mas não no de Zeca Pagodinho. O carioca nascido em Irajá, mas famoso por defender a comunidade de Xerém (pertencente ao distrito de Duque de Caxias), resolveu deixar as músicas que o consagraram de lado e reunir um grupo de feras para interpretar alguns dos maiores clássicos do samba, no álbum Multishow Ao Vivo Zeca Pagodinho – 30 Anos de Vida Que Segue.

O álbum começa com um pout-pourri de Atire a Primeira Pedra, de Ataulfo Alves e Mário Lago; e Volta Por Cima, de Paulo Vanzolini, uma verdadeira ode àqueles que sabem reconhecer a derrota, mas encontrar forças para reconstruir a vida. Em seguida, é a vez de um dos mais celebrados sambas-enredos, Aquarela Brasileira, de Silas de Oliveira, para o Império Serrano, em 1964, que praticamente emenda com Abre a Janela, de Arlindo Marques Jr. e Roberto Martins; e o clássico Opinião, de Zé Kéti, marcado pela interpretação de Nara Leão, no show de mesmo nome, um dos marcos da luta contra a ditadura na década de 1960.

O compositor carioca aparece também na parceria com H. Rocha, Diz Que Eu Fui Por Aí; e com Elton Medeiros, o lindo samba-canção Mascarada: “Vejo agora / Este seu lindo olhar / Olhar que eu sonhei / Um dia conquistar / E que um dia afinal conquistei / Enfim / Findou-se o carnaval”.

Na maior parte das músicas, Zeca Pagodinho é acompanhado por Rildo Hora, Rogério Caetano e Zé Menezes, mas também conta com Yamandú Costa e Hamilton de Holanda, em Gosto Que Me Enrosco, de Sinhô; e Preciso Me Encontrar, de Candeia, que conta também com citação de Melodia Sentimental, de Heitor Villa-Lobos; e participação especial de Marisa Monte, que praticamente recuperou esse samba no final da década de 1980, quando lançou o primeiro álbum, ao vivo.

Outras participações especialíssimas são as de Leandro Sapucahy, em Batuque na Cozinha, de João da Baiana; e de Paulinho da Viola, com o hino portelense Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida. A única faixa que destoa e poderia ter passado sem ela é É A Vida Que Segue (Por que não?), de Serginho Meriti, Rodrigo Leite e Cocão, com Xuxa e o coro dos alunos do Instituto Zeca Pagodinho. Divulgação desnecessária de filantropismo.

Mas nada reduz a beleza de um álbum que conta ainda com composições de mestres como Adoniran Barbosa (Trem das Onze), Cartola (O Sol Nascerá (A Sorrir), parceria com Elton Medeiros), Noel Rosa (Vem Chegando a Primavera, parceria com Zuzuca, e cantada junto com Quem Parte Leva Saudade, de Francisco Scarambone), Jamelão (Eu Agora Sou Feliz, parceria com Mestre Gato, e que forma pout-pourri com Se Eu Errei, de Humberto de Carvalho, Francisco Netto e Edu Rocha) e Geraldo Pereira (o pout-pourri Escurinha, composta com Arnaldo Passos, e Escurinho). Há apenas uma composição de Zeca Pagodinho – Madame, parceria com Ratinho.

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Projeto Cine Bijou apresenta ‘Verdades verdadeiras – a vida de Estela’ no sábado

Filme retrata a história de Estela carlotto, presidente da Abuelas de la Plaza de Maio, associação que procura crianças sequestradas durante a ditadura argentina
por alealvespublicado 15/04/2013 13h43, última modificação 15/04/2013 14h11

O Projeto Cine Bijou exibe no sábado (20) Verdades verdadeiras  – A vida de Estela, filme que retratra a história de Estela de Carlotto, presidente da Abuelas de la Plaza de Mayo, associação civil que busca localizar e restituir às famílias as crianças sequestradas durante a ditadura argentina. Carlotto transformou-se em uma das principais ativistas dos direitos humanos em seu país após perder a filha, Laura, militante assassinada por fazer oposição ao regime militar instalado em 1976. Dirigido por Nicolás Gil Lavedra, o filme foi indicado a 17 prêmios internacionais de cinema.

Organizado pelo Núcleo de Preservação da Memória Política, o Projeto Cine Bijou está na terceira edição e traz filmes que resgatam a memória e a história. Com exibições mensais, a edição deste ano traz temáticas relacionadas às ditaduras na América Latina, às guerras coloniais na África e à guerra civil espanhola.

A exibição começa às 15h, no Teatro Studio Heleny Guariba. A entrada é gratuita e é preciso se inscrever pelo email [email protected]. O número de lugares é limitado.

Leia a série de filmes que integram a terceira edição do Projeto Cine Bijou no site.

Exibição de Verdades verdadeiras – a vida de Estela

Endereço: Praça Franklin Roosevelt, 184 – Consolação
Data: 20/04/2013
Horário: 15h
Telefone: (11) 2306-4801
Entrada: Gratuita

Documentário pessoal de Dave Grohl é atração do ‘É Tudo Verdade’

por Guilherme Bryan, para a Rede Brasil Atualpublicado 12/04/2013 13h40, última modificação 12/04/2013 18h12

Um estúdio na Califórnia, Sound City, e uma mesa de som, Neve 8028, foram fundamentais para boa parte da música que se realizou nos Estados Unidos entre as décadas de 1970 e 1990, quando a música era realizada de modo mais humano e não por programas de computador, como Pro Tools. Esse é o mote do documentário Sound City, dirigido pelo líder do Foo Fighters, Dave Grohl, que resolveu contar essa história quando o tal local fechou as portas em 2011, e ganhou uma edição extra no festival É Tudo Verdade, nesta sexta-feira (12), à meia-noite, no Reserva Cultural, em São Paulo. 

Adotando um ponto de vista bastante pessoal, Dave Grohl começa o filme dentro de um carro se dirigindo para o local onde funcionou o Sound City e contando como era uma grande aventura, para um jovem no início dos anos 1990, deixar a casa dos pais e partir em busca do sonho da música. Afinal, foi ali que a vida dele, e também a do estúdio, mudou completamente, quando, como baterista do Nirvana, gravou o álbum Nevermind.

A partir daí, o filme mostra, numa edição ágil, entrevistas com os proprietários e funcionários do lugar e os artistas que passaram por ali como Tom Patty, Rick Springfield, Neil Young e integrantes do Fleetwood Mac, entre outros.

Dave Grohl também mostra o momento em que ele adquire a tal Neve 8028 e resolve criar um estúdio próprio para ela, a fim de resgatar e preservar aquela história e voltar a utilizá-la no registro de novas músicas. Para isso, ele convida vários entrevistados para tocarem. Um dos momentos mais emocionantes é quando ele reúne os antigos parceiros de Nirvana, o baixista Krist Novoselic e o guitarrista Pat Smear, e convida para o lugar de Kurt Cobain, o grande ídolo Paul McCartney. 

Sound City, portanto, é um registro bastante pessoal e emocionado de Dave Grohl a respeito de uma das mais importantes páginas da história da música nos Estados Unidos.

Além de poder ser visto no festival É Tudo Verdade, o filme também está disponível para download pago no site oficial (buy.soundcitymovie.com).  

Um contraponto interessante é ver também o documentário Upside Down: The Creation Records Story, a respeito da gravadora responsável por lançar grandes álbuns do britpop, como Primal Scream e Teenage Fanclub, do Oasis.

 

Serviço
 
Documentário Sound City – Festival É Tudo Verdade – Hoje (12/4), às 24h. Grátis
Cine Livraria Cultura – Conjunto Nacional – Rua Padre João Manuel, 100. Cerqueira César. São Paulo/SP
Fone: (11) 3285-3696

 

 

Primeiro álbum de Jards Macalé é relançado com vários extras

por guibryan1publicado 07/04/2013 20h20, última modificação 12/04/2013 18h08

O experimentalismo original de Jards Macalé (Divulgação)

Em 3 de março, o cantor, ator e compositor carioca Jards Anet da Silva, mais conhecido como Jards Macalé – apelido herdado do pior jogador de futebol do Botafogo em sua infância –, completou 70 anos. Para comemorar, o selo Discobertas relança seu primeiro trabalho: o compacto Só Morto, lançado em 1970 e que conta com quatro canções – Soluços, O Crime, Só Morto (Burning Night) e Sem Essa – todas marcadas pela linguagem musical experimental que daria vários frutos ao longo daquela década.

Produzido pelo próprio Jards Macalé e por Carlos Eduardo Machado, o álbum é aberto pelo rock Soluços: “Quando você me encontrar / Não fale comigo, não olhe pra mim / Eu posso chorar / E quando eu choro eu tenho soluços / E os soluços estragam minha garganta / E além disso eu uso lenços de papel / Eles se desfazem quando molham / Meus olhos ficam vermelhos e irritados / Eu ainda não comprei meus óculos escuros”.

Depois vem a mais soturna O Crime, parceria com José Carlos Capinam, que remete à sonoridade dos mariachis mexicanos, graças principalmente à percussão do craque Naná Vasconcelos. Há também duas parcerias com Duda: a balada experimental Só Morto (Burning Night), que se tornou a faixa mais conhecida do disco; e a romântica à la Roberto Carlos, Sem Essa: “Olha, não é nada disso / É fácil entender / Ela só veio para me dizer adeus / Mas o que eu queria mesmo / Era não ter mais medo de me comover / Mesmo assim fiquei pensando / Que a gente podia viajar / E fazer um álbum de fotografias / Pra depois queimar, lembrar, queimar”. Ela bem que merecia ser gravada por um desses ótimos artistas da nova geração, como Céu, Marcelo Jeneci, Laura Lavieri e Tulipa Ruiz, entre outros.

Em todas as faixas, Jards Macalé, que toca violão e é responsável pelos arranjos, é acompanhado pelo experimental e emblemático Grupo Soma, formado por Ricardo Peixoto (guitarra), Jaime Shields (guitarra), Bruno Henry (baixo) e Alírio Lima (bateria). Há também a participação de Zé Rodrix no piano e no órgão. Esses músicos são responsáveis por dar uma sonoridade especial ao álbum, que se, por um lado, hoje pode soar um pouco datado; por outro, cria uma identidade inconfundível.

O álbum conta ainda com dez faixas bônus. O clássico Gotham City, outra parceria com José Carlos Capinam e um dos maiores clássicos de Jards Macalé, aparece na versão do Festival Internacional da Canção de 1969, quando é fácil perceber o impacto que deve ter provocado na ocasião; e de um show realizado no Rio de Janeiro, em 1973. Dessa apresentação, também aparecem Poema da Rosa, parceria com o dramaturgo Augusto Boal; Let’s Play That, clássico composto com Torquato Neto; Revendo Amigos e Anjo Exterminador (mesmo título de um filme famoso do cineasta espanhol Luis Buñuel) e Rua Real Grandez, as três assinadas com Waly Salomão; e Orora Analfabeta, de Belizário Gomes e Waldeck Macedo. Há também uma versão de Só Morto e de Let’s Play That registrada num show realizado no Espírito Santo, em 1970.

Portanto, o CD Só Morto (Burning Night) supera a importância do registro histórico, numa época em que o experimento e a provocação eram uma forte tônica na música brasileira mais alternativa, mas revela um artista que esbanjava uma vitalidade impressionante em cima do palco e também nos estúdios. Não é à toa que ele foi rapidamente associado com a imagem de artista maldito e irreverente, como grita na faixa-título. O complemento perfeito deverá chegar aos cinemas brasileiros nos próximos meses. Trata-se do documentário-poético Jards, de Eryk Rocha.

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Mart’nália lança novo álbum com show no Circo Voador

por guibryan1publicado 07/04/2013 17h52, última modificação 12/04/2013 18h19

Mart’nália vai além do samba no Circo Voador (Divulgação)

A cantora e compositora carioca Mart’nália apresenta amanhã (13) o novo álbum Não Tente Compreender, com show no Circo Voador, no Rio de Janeiro. A produção musical e direção do trabalho ficaram a cargo de Djavan, que fez com que a artista deixasse um pouco de lado o samba para se aventurar em outros ritmos, gêneros e estilos da música popular brasileira.

No repertório, estão várias canções inéditas de artistas como Nando Reis (o rock Zero Muito), Gilberto Gil (Eu Te Ofereço), Caetano Veloso (Demorou), Paulinho Moska (Namora Comigo), Lula Queiroga (Depois Cura) e Junior Almeida (Os Sinais). Mart’nália também compôs com Arthur Maia (Surpresa) e Ivan Lins e Zélia Duncan (Serei Eu?). Há ainda as regravações de Não Tente Compreender, de Marisa Monte e Dadi; Itinerário, de Max Viana; Vai Saber, de Adriana Calcanhotto; Daquele Jeito, de André Carvalho; e Reversos da Vida, do pai Martinho da Vila; e sucessos antigos como Cabide e Ela é a Minha Cara, entre outras.

Um time de feras acompanha Mart’nália no palco: Ivan Machado (contrabaixo), Antonio Guerra (teclados), Tuca Alves (violão e guitarra), André Siqueira (percussão), Luiz Brito (percussão e cavaco), Theo Zagrae (bateria) e Dandara Ventapane e Analimar Ventapane (vocais). A artista conta também com concepção artística e direção geral de Guilherme Leme e Marcia Alvarez.

Serviço
Show Não Tente Compreender – Mart’nália – sábado (13), às 23h
Ingressos – R$ 70
Circo Voador – Rua da Lapa, s/n. Lapa. Rio de Janeiro
T: (21) 2533-0354

[email protected]