Celso Fonseca retoma clima dançante e ensolarado dos anos 80

Novo disco do cantor e compositor carioca Celso Fonseca (Reprodução) O guitarrista, cantor e compositor carioca Celso Fonseca acaba de lançar seu décimo segundo álbum, “No Meu Filme”, em que […]

Novo disco do cantor e compositor carioca Celso Fonseca (Reprodução)

O guitarrista, cantor e compositor carioca Celso Fonseca acaba de lançar seu décimo segundo álbum, “No Meu Filme”, em que retoma o clima ensolarado e dançante típico da música pop brasileira dos anos 80, época em que ele se firmou no cenário musical. Foi nesse período que ele gravou como guitarrista de artistas como Gilberto Gil, Djavan, Gal Costa, Jorge Benjor, Chico Buarque e Caetano Veloso, entre outros. Também atuou como produtor do próprio Gilberto Gil e de Vinicius Cantuária; e compositor de sucessos, como “Sorte”, gravado por Gal Costa e Caetano Veloso. Essa canção foi realizada com Ronaldo Bastos, que é seu principal parceiro desde então e com quem assina três das doze canções do novo álbum.

“Alegria de viver / Como diz aquela velha música / Viver tudo com você / Grudar como um ímã / Nasce a estrela da manhã / Joga a rede o pescador lá na praia / Carros param no sinal / Solitário o corredor na Lagoa”, anuncia a primeira-faixa, “Alegria de Viver”, cujo clima ensolrado é o ideal para o início do verão.  A paisagem carioca retorna na sensual “No Meu Filme”, marcada pelos instrumentos de sopro, caso de trompete, trombone, sax e flauta, tocados pelas feras Serginho Trombone, Zé Carlos Bigorna, Zé Canuto, Henrique Band, Altair Martins e Marcio André Moreira. Outras presenças marcantes em boa parte do álbum são as de Eduardo Souto Neto (arranjo de cordas e regência), Jorjão Barreto (teclados), Fabio Lessa (baixo), Flávio Santos (bateria) e Cássio Duarte (percussão).

A sonoridade pode parecer bastante datada e muitas canções se parecem demais umas com as outras, caso de “Alegria de Viver” e “Enquanto Espero Você Chegar”, por exemplo. Mas nada disso apaga o fato de que elas são muito agradáveis e várias delas provoca a vontade de afastar os móveis e dançar na sala, caso de “Maio e Junho” e “Agora Dancei”, ambas parcerias com Ronaldo Bastos: “E agora eu dancei, tou aqui sem saber como foi / Onde foi que eu errei, nem porque a cidade parou / Dá licença eu falei, mas me diz o que foi que rolou / Foi depois que eu provei, não consigo largar desse amor”.

Não faltam também as baladas rasgadas, típicas para serem dançadas agarradinhas nos bailinhos: “Linda / Por que tem do sol / O calor da explosão / Pode transformar / O inverno em verão”. Após esses versos tão rasgados e agridoces, não é preciso comentar mais nada, né? O romantismo reaparece na mais dançante “Depois de Você”: “Você traz a alegria e faz um céu azul / Luz de beleza, tudo de bom / Sorte na vida que me conduz”.

Portanto, “No Meu Filme” é um trabalho autoral bastante consistente e maduro – Celso Fonseca é o produtor e autor de todas as 12 canções -, e agradável de se escutar e termina em grande estilo com a doce “Ninho Vazio”, que lembra cantores como Tunai e Dalto: “Parece pouco, é muito tempo / E corta meu coração / Dói como parto, mas faço de conta / Que não tá doendo muito, não”. Mas o cantor  e guitarrista parece concluir mesmo esse álbum em “Só Guarde O Que É Bom”: “Só guarde o que é bom / Pra que atropelar os sentimentos? / A vida é agora / E não existe mesmo nada além de outro tempo”.

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