Boas práticas: Filadélfia aumenta áreas permeáveis contra enchentes

Projeto em Filadélfia vai aumentar absorção de água da chuva pelo solo (Foto: Departamento de Águas de Filadélfia) Vou começar a publicar aqui no blog boas práticas urbanísticas em todo […]

Projeto em Filadélfia vai aumentar absorção de água da chuva pelo solo (Foto: Departamento de Águas de Filadélfia)

Vou começar a publicar aqui no blog boas práticas urbanísticas em todo o mundo que se relacionem com problemas enfrentados por cidades brasileiras. Para começar, destaco um projeto da cidade de Filadélfia, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. O objetivo é reduzir a poluição da água e diminuir as enchentes, comuns na cidade em dias de tempestade. Em 25 anos, o investimento no projeto será de US$ 2 bilhões.

Hoje, Filadélfia usa o mesmo sistema coletor para esgoto e água de chuva. Por isso, em dias de enchente as ruas ficam inundadas com o esgoto que retorna das galerias. Os detritos acabam atingindo os cursos d’água da cidade.

Para impedir que isso aconteça, a cidade vai trocar 16 quilômetros quadrados de superfície dura por pisos permeáveis. A água absorvida por esses pisos será armazenada e liberada aos poucos, depois da tempestade. Como superfícies permeáveis estão previstos jardins próximos a cursos d’água, jardins nos telhados e até asfalto poroso. Como benefícios colaterais estão previstos a criação de 250 empregos “verdes” por ano, aumento de áreas recreacionais e aumento de captação de carbono.

Metade das áreas que devem ser substituídas são públicas. Esse investimento será feito um um mix de fundos dos três níveis de governo (federal, estadual e municipal). A outra metade da área pertence a entes privados. Para financiar as mudanças nessas áreas, serão necessárias empresas dispostas a entrar no projeto.

Essa iniciativa parece talhada para lidar com os problemas de enchentes que atingem a região metropolitana de São Paulo todos os verões. Apesar de muito dinheiro já ter sido gasto com iniciativas contra as enchentes, como a construção de piscinões e a canalização de rios e córregos, o problema continua. Na verdade, parece aumentar a cada verão. Um dos motivos para isso é que, apesar da criação dessas novas áreas para o armazenamento de água (os piscinões), a cidade a cada vez mais impermeabilizada. A área que os rios e córregos perdem é maior do que a criada com os piscinões. 

Apenas iniciativas que devolvam áreas permeáveis à cidade, somadas às já existentes, pode começar a dar conta das enchentes que param São Paulo a cada chuva. Como em Filadélfia, a escala das mudanças deve ser gigantesca, caso contrário o projeto serviria apenas para publicidade. 

 

Se você conhece alguma iniciativa aplicável a cidades brasileiras, ou gostaria de buscar uma solução para um problema da sua cidade, deixe um comentário.