Agressão

PM de Alckmin age com violência, prende menores e viola o ECA

Quatro menores foram presos, teimaram em bater lata no chão durante o tumulto. Todos com o rosto no chão, foram rendidos pelos bravos soldados de Alckmin, algemados e trancafiados em viatura

Bem Blogado

Por que a polícia precisou impor tanta violência sobre uma manifestação pacífica? Proteger a ‘Folha’?

Bem Blogado – Senti que o ar estava carregado assim que cheguei na Paulista por volta das 19h. E meu sentimento estava correto. Duas horas depois de minha chegada, já estava chorando e com olhos e garganta ardendo. Sentindo o cheiro do gás pimenta. Quando cheguei, desci do metrô perto da Fiesp. Fui para o outro lado da rua, pois sei da existência permanente do acampamento de fascistas na esquina com a Rua Pamplona. E lá estavam meia dúzia de amarelinhos, gritando e berrando. Policias a 200 metros deles. Já próximo do Masp, onde a moçada contra o golpe se concentrava, o número de PMs, da tropa de choque e do policiamento ostensivo era excessivo. Armados até os dentes, como se fossem a uma guerra, fechavam a avenida.

Ali, foi conversado com os PMs que íamos até a Praça Roosevelt, descendo a Augusta. Já no meio da Augusta foi decidido que iríamos até o prédio da Folha de S.Paulo, na Rua Barão de Limeira (centro). Foi conversado com o comando da PM, que pediu 10 minutos para que saíssemos da Praça Roosevelt. E assim foi feito, mas na Rua Rego Freitas, para quem não conhece, uma rua estreita que liga a Rua da Consolação ao Largo do Arouche, já nas proximidades do prédio da Folha, o inferno se configurou.

Alguém soltou um rojão de um prédio e a PM pulverizou o povão com gás lacrimogêneo e gás de pimenta. O pior: encurralaram os manifestantes, fechando a frente e o final de um quarteirão. Poderia ter acontecido o pior, pois as pessoas em desespero corriam para todos os lados, com risco de serem pisoteadas, além da surra dos soldados.

Rescaldo: quatro menores presos (duas meninas e dois rapazes), que teimaram em bater lata no chão durante o tumulto. Todos com o rosto no chão foram rendidos pelos bravos soldados de Alckmin, algemados e trancafiados em viatura (vejam o vídeo e as fotos). Os policiais desobedeceram o artigo 178 do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual impede que menor de idade, acusado de cometer ato infracional, seja transportado em compartimento fechado de veículo policial.

Soldados, cumpridores de ordens superiores, mas avessos à informação ao cidadão, também não queriam dizer para onde os garotos foram levados. “Vocês ficam me xingando e depois querem informações?”, me disse um dito homem da lei. Lembrei ao mesmo que ele tinha a obrigação de informar para onde os menores tinham sido levados, pois era um servidor público e que não deveria generalizar, pois ninguém daquele grupo faltou com respeito. Um tenente, sempre tem um da “turma do deixa disso” quando um PM se altera, informou o local.

Localizamos advogada ligada ao ex-senador Suplicy que se dirigiu até a delegacia para defender os adolescentes e varou a madrugada para soltá-los.

Como os policias do Choque se evaporaram no ar feito bomba de gás, como os policias que ficaram não respondiam o nosso questionamento sobre os motivos de se jogar bomba numa manifestação pacífica, sendo que o rojão veio de um prédio, ficaram no ar muitas dúvidas entre aqueles que ficaram em grupos conversando pelas esquinas. A dúvida principal: não teria a polícia armado tudo para que não chegássemos até o prédio da Folha?

Realmente era muito policial para uma simples manifestação. Não poderia dar em outra coisa senão violência por parte de quem é pago com o nosso dinheiro para nos proteger.