covardia x coragem

Impeachment de Dilma caminha para o fim e ameaça democracia brasileira

Enquanto Temer se esconde para fugir das vaias, a presidenta Dilma enfrentou seus acusadores em sessão histórica no Senado

reprodução/Democracy Now

‘Não importa se você chama de “golpe” ou não, isso é a antítese da democracia, um atentado direto a ela’

The Intercept – Durante as Olimpíadas, o presidente interino Michel Temer, temendo vaias, quebrou o protocolo ao exigir que seu nome não fosse anunciado quando ele apareceu na Cerimônia de Abertura (ele foi intensamente vaiado de qualquer maneira) e depois se escondeu, não comparecendo à Cerimônia de Encerramento. Em amplo contraste, a presidente realmente eleita da nação, Dilma Rousseff, decidiu ir ao Senado hoje para confrontar seus acusadores, quando a gangue de corruptos e criminosos que constituem o Senado brasileiro encaminha o fim do julgamento do impeachment, com o resultado virtualmente inevitável de que a presidente duas vezes eleita Dilma seja removida do cargo. É a personificação da covardia x coragem:

Como resultado, o governo não eleito prestes a tomar permanentemente o poder está preparando uma série de medidas –  da suspensão do exitoso programa de combate ao analfabetismo, a privatização dos recursos nacionais e as “mudanças” de vários programas sociais ao abandono das alianças regionais em prol do retorno à subserviência aos EUA – que nunca foram ratificadas pela população brasileira e nunca seriam. Não importa se você chama de “golpe” ou não, isso é a antítese da democracia, um atentado direto a ela.

Enquanto Dilma entrava no Senado, eu discuti o tema em entrevista ao Democracy Now, esta manhã (29), que você pode assistir (com legendas em português) no vídeo acima. Também falei sobre os vários aspectos da campanha de 2016 à presidência dos EUA, que podem ser conferidos aqui e aqui.