Contabilizando a destruição: providências são urgentes
Desmatamento da Amazônia continua batendo recordes. É preciso frear o desmonte da fiscalização, além de elevar os biomas à categoria de sujeitos de direitos
Publicado 09/10/2021 - 10h04
O desmatamento da Amazônia continua batendo recordes. Aliado a isso aumentam consideravelmente os ataques aos indígenas. Isso sem contar as invasões de grileiros e garimpeiros.
Tudo isso torna mais grave a fala do presidente na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas deste ano de 2021, em que ele garantiu que o Brasil tomava providências em relação ao desmatamento e a contemplar as justas demandas dos povos originários.
Fala essa, que, imediatamente, foi desmentida pelos fatos que gritam aos ouvidos moucos de todos nós.
A grita da primeira ministra de Barbados, Mia Mottley, na mesma Assembleia, precisa ecoar no Brasil de forma contundente: Até quando?
Insisto que temos de tomar providências para mudar o status dos biomas brasileiros, a exemplo do que aconteceu com o rio Atrato na Colômbia.
Como já tive ocasião de dizer, o Atrato foi elevado à categoria de sujeito de direitos, e foi-lhe nomeado um defensor junto à corte suprema da Colômbia.
Enquanto coisas assim não acontecerem no país, não haverá saída para a destruição dos biomas brasileiros. Principalmente a Amazônia, porque a questão não é ausência da lei ou o mero não cumprimento da lei. É o desmonte de todo o sistema de fiscalização.
Já ficou claro que só o STF enfrenta o Executivo na sua irresponsabilidade de qualquer nível. Logo, o mesmo acontece com a irresponsabilidade ambiental. Ou damos aos biomas brasileiros o mesmo status que os colombianos deram ao rio Atrato ou ficamos contabilizando a destruição.
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