Contra enchentes, PM de São Paulo testa ‘pedalinho’

Carro para andar em vias secas e no fio d’água começa a ser testado no Jardim Pantanal, alagado há 40 dias (Foto: Robson Ventura/Folha Imagem) São Paulo – Foi apresentado […]

Carro para andar em vias secas e no fio d’água começa a ser testado no Jardim Pantanal, alagado há 40 dias (Foto: Robson Ventura/Folha Imagem)

São Paulo – Foi apresentado nesta terça-feira (19), pela Polícia Militar, um veículo capaz de se locomover na terra ou na água. Ele será testado por 15 dias e se aprovado, será importado do Canadá pelo Governo de São Paulo a um custo de R$ 130 mil duas unidades (modelo 6×6 custa R$ 60 mil, e o 8×8, R$ 70 mil).

O “carro anfíbio”, que se parece com um “pedalinho”, servirá para resgatar pessoas perdidas em matas ou áreas de difícil acesso. Mas começa seus trabalhos pelo Jardim Pantanal, que sofre com alagamentos permanentes desde o dia 8 de dezembro.

Não fosse trágico, seria uma piada pronta.

Caso não chova na zona leste, o veículo será deslocado para áreas de represa. De acordo com o porta-voz da Diretoria de Logística da Polícia Militar, capitão Samuel Loureiro, ao entrar na água, o carro passa a flutuar “por meio do casco e o conjunto de pneus o ajuda a navegar. A tração inicial é feita pela própria rotação dos pneus, como se fosse um sistema de barco a vapor”, diz a nota.

Veículo anfíbio? Não, este é o pedalinho convencional (Foto. Divulgação Engetec)

Samba molhado

Em 1959, Cícero Nunes e Sebastião Fonseca compuseram “Cidade Lagoa”, interpretada por Moreira da Silva – e depois, por Jards Macalé, Mônica Salmaso e outros. O alvo da crônica bem humorada era a cidade do Rio de Janeiro, onde, depois de qualquer chuva de “mais ou menos meia hora” faz da cidade “uma enorme cachoeira, que da praça da Bandeira vou de lancha a Catumbi”.

Como o problema de enchentes tem se mostrado crônico em São Paulo, seria este caro pedalinho uma versão da canoa cantada por Kid Morangueira e cia.?

 

Cidade lagoa

Cícero Nunes – Sebastião Fonseca

Esta cidade, que ainda é maravilhosa,

Tão cantada em verso e prosa,

Desde os tempos da vovó.

Tem um problema, crônico renitente,

Qualquer chuva causa enchente,

Não precisa ser toró.

Basta que chova, mais ou menos meia hora,

É batata, não demora, enche tudo por aí.

Toda a cidade é uma enorme cachoeira,

Que da Praça da Bandeira,

Vou de lancha a Catumbi.

Que maravilha, nossa linda Guanabara,

Tudo enguiça, tudo pára,

Todo o trânsito engarrafa.

Quem tiver pressa, seja velho ou seja moço,

Entre n’agua até o pescoço,

E peça a Deus prá ser girafa.

Por isso agora já comprei minha canoa,

Prá remar nessa lagoa, toda a vez que a chuva cai,

E se uma boa me pedir uma carona,

Com prazer eu levo a dona,

Na canoa do papai.