Disputa na Câmara

Arlindo Chinaglia soma votos do PSD na peleja com Cunha e Delgado

Em tese, restariam em disputa os apoios de 13 dos 28 partidos que passarão a ter representação na Câmara em 1º de fevereiro. Mas as coisas não são bem assim no reino da infidelidade e do voto secreto

Chinaglia comemorou adesão da legenda de Kassab

São Paulo – A adesão do PSD à candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) acrescenta algum tempero à disputa pela presidência da Câmara. O apoio da legenda do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, eleva a quatro os componentes do bloco de apoio ao petista, que já contava com o PCdoB e o Pros. Somados PSD e PT, as legendas conferem 126 votos a Chinaglia, nas contas do petista.

O bloco de aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) reúne além de seu próprio partido (66 parlamentares), PTB (25), DEM (22), PRB (21), SD (15) e PSC (12) – total de 161 deputados, que devem chegar a 166 com a esperada adesão do PHS. E a candidatura de Júlio Delgado (PSB-MG) já foi acolhida por PSDB (54), PPS (10) e PV (8), reunindo 106 deputados, incluídos os 34 do PSB.

Os apoios declarados pelas bancadas até o momento contabilizariam 392 dos 511 deputados, de 15 partidos, que decidirão a composição da Mesa Diretora da Câmara em 1º de fevereiro. Restariam 119 em disputa de outros 13 partidos. Em tese, porque a votação é secreta e porque fidelidade partidária está longe de ser uma marca da política brasileira.

Avaliações de bastidores conferem a Eduardo Cunha favoritismo difícil de ser superado. Ele teria amarrado votos localizados nas mais diversas legendas, inclusive de integrantes do próprio PT. Cunha é conhecido, entre outras “virtudes”, por ser um habilidoso arrecadador de fundos para campanhas eleitorais. E teria auxiliado com extrema generosidade a eleição de muitos colegas no pleito de outubro, sem preconceito de bandeira.

De todo modo, a formalização do apoio do PSD de Kassab foi comemorada por Chinaglia, que tem pouco mais de uma semana para reverter expectativas. “Seguimos mais fortes em busca de uma Câmara mais democrática”, postou, em sua conta do Twitter. Afinal, o voto é secreto para todos.