Ariovaldo Ramos

Um 2022 ambiental, porque o planeta não nos dará uma segunda chance

Estamos entrando no novo ano com os problemas velhos. E, de todos os, o maior continua sendo o problema ambiental

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Quando a gente olha para a situação climática do Brasil, com vários estados comprometidos por enchentes e até tufão, a gente se dá conta do que significará nos próximos anos o fracasso da COP26. Não há dúvida de que estamos sofrendo o resultado de toda a devastação que temos patrocinado no Brasil, e de toda a poluição, emissão de carbono etc. Estamos entrando no novo ano com os problemas velhos. E, de todos os problemas, o maior continua sendo o problema ambiental. 

A gente não tem dúvida de que crises políticas podem ser resolvidas a médio prazo. É claro que não é tão simples, pois isso demandará muita luta, muita angústia e muito trabalho. E, ganhando, é preciso consciência de que não faremos de imediato tudo o que tem de ser feito para, minimamente, recuperar as perdas. São pelo menos seis anos de destruição – e destruir é mais fácil do que construir. Mas, de qualquer forma, a gente sabe que é solucionável.

Já em relação ao planeta, sobe um frio pela espinha ao pensar que alguns biomas podem já ter chegado no nível da irreversibilidade. Ou seja, não dá mais para recuperar. Portanto, a gente pode e deve parar de destruir, mas, dificilmente, será recuperado. 


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O ano de 2022 , para todos nós que lutamos pela salvação do planeta, tem de se tornar um ano de luta aguerrida. Porque ficou claro que a iniciativa dos Estados será muito menor do que o necessário. Para dizer o mínimo, não temos escolha: o planeta não nos dará uma nova chance. 

Eu sempre vou insistir no projeto de transformar os biomas sob grave risco em sujeitos de direito, mesmo sabendo que a resistência a isso é real. Foi o que os colombianos fizeram com o Rio Atrato.

A gente tem que fazer alguma coisa, neste ano, que possa significar um avanço em relação a questão ambiental, que está, indissociavelmente, imbricada na questão indígena e quilombola. E, se conseguíssemos ter a cumplicidade do Judiciário, seria um avanço, sem dúvida alguma.

Eu quero desejar a todos um feliz 2022. Mas sabendo que só será feliz se a gente, minimamente, enfrentar a sério no ano novo os velhos problemas do planeta.


Ariovaldo Ramos é coordenador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito e apresentador do programa Daqui pra Frente, toda quarta às 20h, na TVT


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