Primavera árabe: passos e impasses 2

Vendedor ambulante de pães no Egito: percepção econômica da população mostra futuros problemas para governantes do mundo árabe (CC_Nassir Nouri_Flickr) Na segunda parte da nossa viagem pela “primavera árabe”, vamos […]

Vendedor ambulante de pães no Egito: percepção econômica da população mostra futuros problemas para governantes do mundo árabe (CC_Nassir Nouri_Flickr)

Na segunda parte da nossa viagem pela “primavera árabe”, vamos focalizar algumas das expectativas reinantes em quatro de seus protagonistas: Líbano, Jordânia, Egito e Tunísia.

A fonte é uma pesquisa divulgada pelo Pew Research Center, um instituto de pesquisa sediado em Washington, nesta semana. Com exceção da Tunísia, o resultado é bastante problemático, mas pode ajudar a entender alguns dos impasses vividos na região.

O primeiro item da pesquisa (que abrangeu 21 países e 26 mil pessoas) foi a percepção da economia do próprio país: apenas 27% dos egípcios disseram que ela vai bem; só 17% dos tunisianos; 12% de libaneses e 28% dos jordanianos. Mas perguntados sobre a própria situação econômica, 56% dos tunisianos disseram que ela era boa; 33% de jordanianos, 26% de libaneses e 23% de egípcios.

No conjunto dos quatro países, 33% consideraram que o padrão de vida atual é melhor do que os da geração anterior, quando tinham a mesma idade; na média, 22% disseram estar em boa situação econômica, 24 % consideraram estar melhor do que há cinco anos, e apenas 16% consideraram que hoje seria mais fácil para um jovem conseguir emprego do que para seus país quando eram jovens.

Otimismo quanto aos próximos doze meses, em relação a uma possível melhora econômica? Só na Tunísia ela é alta: 75%, contra 12% que pensam que tudo vai ficar como está e outros 12% que dizem que vai piorar. No Egito, a melhora fica para 50%; o equilíbrio, para 28% e a piora, para 20%. Na Jordânia, esses índices são, respectivamente, 29%, 35% e 34%; e no Líbano, 22%, 29% e 45%. Já no Brasil o otimismo beira o delírio: 84%.

Estão melhores do que há cinco anos atrás? Líbano, 15%. Egito: 16%. Jordânia: 32%. Tunísia: 37%. Já o Brasil: 72%.

Sentem-se em melhor situação do que a geração precedente: Tunísia, 57%; Egito, 34%; Jordânia, 31%; Líbano, 21%. Os três últimos países são os piores neste quesito, dentre os 21 pesquisados.

Trabalhar duro garante boa posição econômica? Tunísia, 73% sim. Jordânia, 57 %, Egito, 53% e Líbano, 32%.

Grandes maiorias no Egito (76%), no Líbano (73%) e na Jordânia afirmam que sua situação econômica é ruim, contra 43% dos tunisianos. E a grande maioria na região acha que para os jovens de hoje é mais difícil conseguir emprego do que para os da geração anterior.

A pesquisa toda pode ser consultada em http://pewglobal.org/