Grupo da Morte

Itália 2 x 1 Inglaterra – uma vitória decidida nos detalhes

Detalhes, no caso, são a qualidade de Rooney e a capacidade de decisão de Balotelli, que furaram as defesas de um jogo marcado pela disciplina tática

Ettore Ferrari/EFE

Na hora da decisão, Balotelli apareceu e não decepcionou os italianos

Uma partida equilibrada entre dois campeões do mundo, digna do tal de “grupo da morte” (que começou com zebra, pra mostrar que até a morte tem seus tropeços). Itália e Inglaterra são dois times muito bem armados, que se colocam em campo com um padrão claro, quase didático, desenhado na prancheta. Pelo menos foi assim que a peleja começou, num inferno amazônico de 38ºC às 19h, horário de Brasília.

Diante de uma defesa inglesa muito bem armada em duas linhas, avançando apenas um marcador, a Itália faz jogo à la handebol, circulando em meia lua de ponta a ponta, tendo Pirlo como o maestro da banda. Porém, parece faltar criatividade à Azzurra, que só acha caminho pela lateral direita, de onde saem cruzamentos tão previsíveis quanto inúteis.

Na prática, essa primeira etapa define uma ocupação diagonal do gramado, com os dois times avançando pelo lado direito. Mas os ingleses chegam com mais velocidade. Nos primeiros 15 minutos, foram dois chutes venenosos de fora da área desse garoto talentoso, o 19, Sterling.

Aos 22, pela primeira vez a bola chega aos pés do atacante Mario Balotelli na frente da área, ele faz o pivô e chuta com muito perigo, passando a bola pouco acima do gol de Hart.

Mantendo o padrão de jogo, o gol da Itália veio numa jogada de handebol: da extrema direita a bola é rolada para o meio e para trás, Pirlo faz a finta e ela chega livre para o camisa 8 Marchisio, que dá os três passos e chuta de fora da área, com força e precisão, no cantinho.

Não deu nem tempo de comemorar. Na jogada seguinte, o meia Rooney escapa pela esquerda e dá aquele tapa carinhoso para a bola encontrar o centroavante Sturridge pelo outro lado, que toca pra dentro da meta italiana.

Pra aprender: na primeira etapa, os dois times só marcaram no momento em que variaram a jogada, mesmo mantendo os estilos de jogo. A Itália, em vez de cruzar, atrasou a bola para a entrada da área, com finta e tudo mais; a Inglaterra, em vez de insistir pela direita, dessa vez escorregou pelo outro lado da cancha. #ficaadica

Caiu no pé de Balotelli, é perigo. No finalzinho do primeiro tempo, o camisa 9 recebe de Pirlo ao penetrar a área, enviesa para a esquerda, livra-se do defensor, mas, de costas para o gol, faz novamente o pivô, vê o goleiro adiantado e dá lindo toque por cobertura, endereçando a bola às redes, mas a zaga tira de cabeça bem na linha.

O segundo tempo começa melhor, mais franco e aberto. Lá e cá. Depois de um ataque perigoso da Inglaterra, a bola corre o campo com velocidade e finalmente dá certo o insistente cruzamento pela direita, que sai dos pés de Candreva e encontra Balotelli na quina da pequena área. Ele marca de cabeça. Estamos ainda aos 5 minutos do segundo tempo.

Itália à frente no placar. Os britânicos têm que correr atrás e agora passam a controlar mais a posse de bola que, na primeira etapa, foi predominantemente italiana. A Inglaterra adianta a marcação, está no campo italiano e corre atrás da beringela.

Foi o padrão do segundo tempo. A Inglaterra buscou o ataque, tentando, na medida do possível, variar o arsenal, ora pela direita com Sterling, ora pela esquerda com Rooney, ora de fora da área, mas não foi dessa vez. A excelente zaga italiana marcou por zona e conseguiu anular a enérgica pressão dos súditos de Elizabeth II.