Entre Vistas

Anielle Franco: cotas para negros em cargos de confiança são exemplo para iniciativa privada. Assista

“Não posso pedir para outras empresas privadas que façam o mesmo, se nós não dermos esse exemplo”, afirmou a ministra da Igualdade Racial ao jornalista Juca Kfouri no programa Entre Vistas, que vai ao ar nesta quinta, às 21h15

Reprodução/Mídia Ninja
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Ministra também elaborou um banco com mais de 7 mil currículos de profissionais negros e trans

São Paulo – No início do mês, ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi eleita pela revista Time uma das mulheres do ano em 2023. Ela diz que ficou muito surpresa e feliz em figurar o lado “de tantas mulheres potentes”. Do mesmo modo, disse que “nunca passou pela sua cabeça” ser ministra, mas que foi “intimada” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a cumprir essa função. Seu ministério é herdeiro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), criada há 20 anos.

No Entre Vistas desta semana, Anielle conta que o trabalho tem sido muito “desafiador”. Ao mesmo tempo, disse que tem sido muito gratificante “dar passos concretos na direção de um país melhor para o povo preto”. O programa da TVT, comandado por Juca Kfouri, vai ao ar nesta quinta-feira (30), às 21h15, no canal aberto 44.1 (Grande São Paulo) e no YouTube.

Um desses avanços, que contou com a participação da ministra, é o decreto assinado por Lula que reserva a pessoas negras até 30% de vagas em cargos de comissão e funções de confiança na estrutura do Poder Executivo. 

Para Anielle, trata-se de um a proposta que não tem custo para o governo, mas com impacto social e político “imensurável”. “A gente tem que começar com o exemplo. Não posso pedir para outras empresas privadas que façam o mesmo, se nós não dermos esse exemplo”, afirmou. Além disso, a ministra também elaborou um banco com mais de 7 mil currículos de profissionais negros e trans capacitados a exercerem as mais diversas funções, tanto no serviço público, como na iniciativa privada.

Novos ares, a mesma luta

Irmã da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) – assassinada em 2018, num crime brutal que ainda não teve o mandante identificado após cinco anos – Anielle tratou das demais ações do ministério no combate ao racismo e na luta por memória, justiça e reparação para o povo negro. Falou que até o ar de Brasília melhorou após a mudança de governo, mas disse que é preciso seguir lutando para consolidar e aprofundar a democracia brasileira.