Renovada, mas nem tanto

‘Nova’ Assembleia Legislativa paulista vê fim da era tucana. PL e PT lideram bancadas

Deputados estaduais tomam posse na tarde de hoje. Perfil conservador permanece

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O maior Legislativo estadual do continente vai conviver pela primeira vez desde os anos 1990 com um governador que não foi eleito pelo PSDB

São Paulo – Os 94 deputados que compõem a Assembleia Legislativa de São Paulo, a Alesp, tomam posse na tarde desta quarta-feira (15) com renovação em torno de 40% e a consolidação do declínio do PSDB no estado que já foi chamado de “tucanópolis”. O partido que comandou a política paulista nas últimas décadas elegeu apenas nove deputados – em 2014, por exemplo, foram 22. Ainda assim, é a terceira maior bancada da Casa, atrás apenas do PL (19) e do PT (18, em federação com o PCdoB, que reelegeu Leci Brandão). O perfil conservador permanece.

Assim, o maior Legislativo estadual do continente vai conviver pela primeira vez desde os anos 1990 com um governador que não foi eleito pelo PSDB – exceções feitas a mandatos “tampões”. Mas o partido do atual governador, Tarcísio de Freitas, o Republicanos, tem apenas oito assentos na Assembleia paulista, mesmo número da legislatura anterior.

Mesa diretora

Já foi costurado acordo pra eleger André do Prado (PL) à presidência da Alesp – é o atual 2º vice. O partido do governador teria aberto mão da comando do Legislativo estadual para ficar com a 1ª vice-presidência da Câmara dos Deputados (Marcos Pereira foi eleito), com apoio do PL. Pela proporcionalidade, o PT ficará com a 1ª secretaria. O deputado Carlos Giannazi (Psol, cinco deputados) deve concorrer à presidência da Casa, hoje sob comando do tucano Carlão Pignatari.

Por acordo, André do Prado (PL) deve ficar com a presidência (Foto: divulgação)

Nesta que é a 20ª legislatura, a Assembleia tem praticamente um terço de deputados (32) em primeiro mandato. E sete que retornam: Ana Perugini (PT), Atila Jacomussi (SD), Beth Sahão (PT), Dr. Valdomiro Lopes (PSB), Eduardo Suplicy (PT), Luiz Claudio Marcolino (PT) e Simão Pedro (PT).

Suplicy, o mais votado

O ex-senador e ex-vereador Suplicy, por sinal, foi o candidato mais votado nas eleições de 2022: 807.015 votos. Depois dele, vêm Giannazzi (276.811 votos), Paula da Bancada Feminista (Psol, 257.711), Bruno Zambelli (PL, 235.305) e Major Mecca (PL, 224.462). O PT foi o partido que mais cresceu, indo de 10 para 18 deputados, enquanto o PL ganhou duas cadeiras. Ontem (14), Paulo Fiorilo foi escolhido como líder da federação PT/PCdoB.

Maus momentos da Casa: Cury suspenso e Mamãe Falei cassado (Fotos: reprodução)

Além das mudanças de nomes, a Assembleia Legislativa terá duas novas comissões temáticas: a de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e a de Turismo. O total sobe para 20. Os brancos têm 81% das cadeiras (76) da Casa. As mulheres (25, seis a mais), pouco mais de um quarto.

Conselho de Ética

Com certo arrefecimento da chamada “polarização”, existe também a expectativa de convivência menos conflituosa nessa legislatura, embora alguns deputados mais extremistas permaneçam. Caso de Gil Diniz (PL), reeleito. O Conselho de Ética abriu 93 representações na legislatura que acaba nesta quarta. A anterior teve apenas uma.

Alguns episódios ficaram marcados. A Assembleia cassou um mandato (Arthur do Val, o Mamãe Falei, do União, em 2022, por falas sexistas contra ucranianas). E suspendeu um deputado (Fernando Cury, do Cidadania, que posteriormente o expulsou), por importunação sexual contra Isa Penna, do Psol.