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‘Fechamos proposta do arcabouço fiscal e estamos socializando com a área econômica’, diz Haddad

Segundo ministro, reunião no Planalto pela manhã com Lula foi de “trabalho” e “alinhamento” e tratou da relação com o Congresso e entre ministérios

Valter Campanato/ABR
Valter Campanato/ABR
Haddad fala em "fechar entendimento de toda a área econômica" e levar ao presidente

São Paulo – Em conversa com jornalistas, após reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e líderes no Congresso, o  ministro Fernando Haddad despistou e afirmou que a ampla reunião foi de “trabalho, alinhamento e não teve uma pauta específica”. O encontro tratou de “relação com o Congresso, relação entre os ministérios”, disse Haddad, mencionando que a proposta de um novo arcabouço fiscal está ocupando as agendas da área econômica.

O ministro foi questionado sobre almoço com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, no início da tarde, na sequência do encontro palaciano. “Conforme anunciei na semana passada, fechamos a proposta do arcabouço fiscal na Fazenda, e agora estamos socializando com a área econômica, para fechar um entendimento e levar ao presidente”, disse Haddad.

A agenda no Planalto reuniu, além de Haddad, ministros mais próximos de Lula. Geraldo Alckmin (MDIC), Rui Costa (Casa Civil), Márcio Macedo (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Comunicação Social). Participaram ainda os líderes do governo Randolfe Rodrigues (Congresso), Jaques Wagner (Senado), José Guimarães (Câmara), além de chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Marco Aurélio Marcola.

Banco Central

Além disso, o ministro falou sobre os diretores do Banco Central que o presidente precisa indicar. “Encaminhamos alguns nomes, ele vai entrevistar e vai tomar uma decisão, que é prerrogativa dele”, afirmou.

Os mandatos de dois diretores do BC terminaram no mês passado e Lula tem a opção de reconduzir os antigos diretores ou escolher novos. Bruno Serra é diretor de Política Monetária e atua para o mercado financeiro. Há expectativa sobre o nome para esta vaga. A outra é de Paulo Sérgio Neves de Souza, diretor de Fiscalização, setor ocupado normalmente por funcionários de carreira, caso de Souza, que, por isso, tem chance de continuar.

Desenrola

Haddad ainda respondeu sobre o Desenrola, que permitirá a pessoas endividadas mecanismos de renegociação junto aos credores. O programa, que deve beneficiar principalmente quem tem renda de até dois salários mínimos (R$ 2,6 mil), alcançará 37 milhões de brasileiros negativados.

Segundo o ministro, a instituição do Desenrola depende do desenvolvimento de um software.

“É um sistema complexo, porque é uma dívida privada, não envolve o poder público. É uma financeira, um banco, uma concessionária de serviço público e uma pessoa negativada no Serasa. Não tem precedente o Desenrola, nunca foi feito nada semelhante.”

Ele acrescentou que Lula autorizou a contratação do sistema. “Assim que tiver pronto a gente lança. Depende dos programadores entregarem o sistema operacional”, conluiu.

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