Construindo pontes

Haddad diz que almoço com Tebet e Campos Neto, do BC, foi para ‘alinhar políticas fiscal e monetária’

A estratégia do ministro da Fazenda é superar desafios da economia por meio do diálogo e da política. Ele vai a reunião do G20 na próxima semana

Valter Campanato/Agência Brasil
Valter Campanato/Agência Brasil
“Bom almoço, uma primeira boa aproximação com a presença da Simone", disse Haddad sobre almoço com Campos Neto

São Paulo – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), vem adotando a estratégia de superar desafios da economia por meio do diálogo e da política. Nesta sexta-feira (17), ele comentou em rápida conversa com jornalistas o almoço que teve ontem com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. O encontro do trio, que durou duas horas, ocorreu estrategicamente antes da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

“Bom almoço, uma primeira boa aproximação com a presença da Simone. Tivemos um longo papo de duas horas”, afirmou Haddad aos jornalistas em Brasília. Segundo o ministro, a conversa foi “sobre alinhar políticas fiscal e monetária”.

Ontem, a aguardada primeira reunião do CMN no governo Lula foi classificada por alguns como uma “não reunião”. Ela durou pouco menos de 30 minutos, tratou de aprovar o balanço do ano passado e não mexeu na meta de inflação, que é de 3,25% em 2023 e 3% em 2024 e 2025. A “tolerância” é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Acima da meta

O país terminou 2022 com inflação acumulada de 5,79%, acima do teto da meta de 3,5%. Foi o quarto ano consecutivo em que a “carestia” terminou maior do que a meta do CMN.

Em 2023 é improvável que a inflação não ultrapasse a meta, inclusive considerando que em algum momento – ainda indefinido – deverá voltar a cobrança de tributos federais em combustíveis. A desoneração foi uma medida adotada por Jair Bolsonaro em 2022 para reduzir a inflação no período eleitoral.

Essa situação criada artificialmente é um dos problemas que Haddad e sua equipe herdaram do governo passado. Ao anunciar as primeiras medidas do novo governo, em janeiro, o ministro da Fazenda afirmou que 2022 foi um ano em que foram tomadas medidas “muito irresponsáveis” na gestão fiscal do país.

G20: Brasil volta à cena com Haddad

Hoje, aos jornalistas, Haddad também destacou os temas que irá focar nas reuniões de líderes do G20 – , grupo que reúne as 20 maiores economias mundiais – na próxima semana na Índia. Segundo Haddad, sua primeira reunião com membros do grupo será voltada a apresentar os planos do governo Lula de integração com a economia mundial e falar do retorno do Brasil aos fóruns internacionais, após o período Bolsonaro.

“Nossa economia ficou isolada e acho que o mundo está celebrando o fato que o Brasil voltou à mesa de negociação em busca de democracia, paz, combate à fome e prosperidade”, disse. Ele viaja na quarta-feira (22) e o evento do G20 será realizado até 25 de fevereiro. “A ida à Índia prepara o terreno para que o Brasil assuma a presidência do G20 a partir do ano que vem”, destacou ainda.

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