Argentina: Lula encontra Mães e Avós da Praça de Maio. Agenda segue nesta terça com a Celac
Após três anos, o Brasil volta a participar da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que começa na manhã de hoje (24). O presidente Lula acompanhará o encontro ao lado de outros 32 líderes de países latinos
Publicado 24/01/2023 - 10h11
São Paulo – Em sua primeira viagem internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) incluiu ontem (23), em sua intensa agenda de compromissos em Buenos Aires, na Argentina, um encontro com o grupo de mães e avós da Praça de Maio. É o coletivo de mulheres conhecido mundialmente pela incansável busca por justiça para os filhos mortos e desaparecidos durante a ditadura militar (1976-1983) no país vizinho.
A reunião ocorreu durante a tarde, após um encontro bilateral com o presidente do país, Alberto Fernández, e empresários argentinos e brasileiros. Emocionado, Lula compartilhou em suas redes fotos com as ativistas e destacou que “as Mães e Avós da Praça de Maio são uma inspiração na defesa da democracia na América Latina”. A socióloga e primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, que acompanha o presidente na viagem, também ressaltou sua “admiração por essas mulheres que lutam por dignidade e reparação de direitos”.
As Mães e Avós da Praça de Maio são uma inspiração na defesa da democracia na América Latina. Emocionado com o nosso encontro de hoje.
— Lula (@LulaOficial) January 23, 2023
📸: @ricardostuckert pic.twitter.com/Kq69tH816C
A primeira marcha do movimento foi realizada em 30 de abril de 1977, ano seguinte à instauração do regime liderado pelo general Jorge Videla. Na ocasião, 14 mulheres se reuniram na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, em Buenos Aires, para protestar por seus filhos desaparecidos. Desde então, cada vez mais mães e avós passaram a se reunir todas as quintas e marchar ao redor da Pirâmides de Maior, monumento do local, em busca da verdade, memória, justiça e pela vida. Estima-se que, na ditadura, a mais dura e violenta da história da Argentina, mais de 30 mil pessoas foram mortas ou desapareceram pelas forças militares oficiais.
Agenda desta terça
Do encontro com as ativistas, Lula seguiu para participar de um concerto musical com artistas latinos no Centro Cultural Kirchner. O presidente foi acompanhado por Fernández e outros líderes estrangeiros que também estão na Argentina para participar, nesta terça (24), da 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Ao todo, são esperados os líderes dos 33 países da região. A abertura do evento está marcada para as 10h, em Buenos Aires.
A presença do petista marca a volta do Brasil ao encontro, depois de o país ter deixado o agrupamento já na primeira semana de governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Por volta das 13h30, Lula será recebido pelo presidente da Argentina em um almoço. A agenda do brasileiro segue durante a tarde, com audiência, às 15h, com o diretor-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e Agricultura (FAO), QU Dongyu. Lula também oficializou reuniões com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, com a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley e o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel.
Às 17h, o chefe do Executivo brasileiro também assina a Declaração de Buenos Aires e participa do encerramento da 7ª Cúpula da Celac, finalizando seus compromissos no país. Amanhã (25), Lula viaja para o Uruguai, onde se encontrará com o presidente Lacalle Pou, para, em seguida, retornar ao Brasil.
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