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Doleira da Lava Jato, Nelma Kodama ‘comprometeu delegados e saiu rica’, diz Nassif

Netflix estreia documentário sobre a doleira, primeira presa da Operação Lava Jato, solta após delação premiada. Em 2019 denunciou a pressão da força tarefa para incriminar Lula

Divulgação
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Doleira Nelma Kodama saiu rica, sem perda no patrimônio imobiliário

São Paulo – A trajetória da doleira Nelma Kodama depois da Lava Jato, que terá história retratada em um documentário da Netflix, dá dimensão da manipulação política da operação para condenar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É o que destaca o jornalista Luís Nassif em participação na edição desta terça-feira (21) do ICL Notícias, transmitida pela TVT.

Kodama foi a primeira presa pela força tarefa de Curitiba, em 2014, e solta dois anos mais tarde, após uma delação premiada. Em 2019, ela denunciou que havia uma pressão para condenar o petista. Os depoimentos sobre os bastidores da vida da ex-dentista do interior de São Paulo vão ao ar no dia 6 de junho no documentário “Doleira: A História de Nelma Kodama”. Na trailer da nova produção, ela destaca a “beleza” de ser doleiro por movimentar milhões de reais.

O fundador do site GGN lembra, contudo, que Kodama se tornou uma “delatora profissional”, ao lado do empresário Tony Garcia. Outro réu da Lava Jato que, segundo investigações da Polícia Federal, ele teria feito um acordo de delação premiada com o então juiz Sergio Moro para grampear autoridades e direcionar processos de acordo com a vontade do agora senador pelo Paraná. No caso de Kodama, que atuava em parceria com o também doleiro Alberto Youssef, ela foi condenada a 18 anos de prisão por organização criminosa, evasão de divisas e corrupção ativa.

Nelma Kodama perdeu patrimônio imobiliário, mas saiu rica

Após delação, desde 2016, ela cumpria prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Em acordo com a força tarefa da Lava Jato, pôde ainda seguir atuando no mercado de câmbio e não perdeu o património imobiliário conquistado. Por ordem de um indulto natalino concedido pelo então presidente Michel Temer, no final de 2017, teve a pena extinta.

“Kodama teve o papel de comprometer delegados e saiu rica, continuou operando tudo”, comenta Nassif. “Ela tinha uma denúncia sobre escuta (ilegal na celas da prisão) que ninguém do Ministério Público queria ouvir. Esse é o balanço. Ainda tem muita coisa para aparecer”, completou o jornalista que investigou a operação.

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