Acordo dos trabalhadores na construção civil de SP tem reajuste acima da inflação

Reajuste na data-base será de 9,75%; convenção coletiva foi assinada esta semana

“Dessa forma, com aumento da produtividade, se buscará atenuar o efeito do aumento salarial sobre o custo das obras” (Foto: Sintraconsp)

São Paulo – Enquanto se esboça um debate a respeito do efeito dos salários sobre a inflação, os trabalhadores na construção civil de São Paulo acabam de fechar o acordo coletivo deste ano com aumento real. Assinado esta semana entre os presidentes do Sintracon (filiado à Força Sindical), Antonio Ramalho, e do SindusCon – sindicato da indústria –, Sergio Watanabe, inclui reajuste salarial de 9,75% na data-base (1º de maio).

O Sintracon informou que este foi o maior aumento da história da entidade, e o oitavo aumento real (acima da inflação) seguido. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses, até abril, é de 6,30%.

O vice-presidente de Capital-Trabalho do SindusCon, Haruo Ishikawa, disse esperar que os trabalhadores participem de um esforço para aumentar a qualificação da mão de obra e para desonerar investimentos em novas tecnologias, que elevem a produtividade. “Dessa forma, com aumento da produtividade, se buscará atenuar o efeito do aumento salarial sobre o custo das obras.”

O acordo prevê ainda reajuste de 10,4% no tíquete-alimentação, para R$ 13,80. A partir de agora, os trabalhadores também terão vale-supermercado de R$ 140. Os pisos salariais passaram a valer R$ 1.328,80 por mês ou R$ 6,04 por hora (montagem industrial) – instituído neste acordo –, R$ 1.086,80 por mês ou R$ 4,94 por hora (profissionais qualificados, como pedreiro, carpinteiro e pintor) e R$ 910,80 por mês ou R$ 4,14 por hora (profissionais não qualificados, com servente, contínuo e vigia).

Seguem valendo dispositivos como obrigatoriedade de fornecimento de protetor solar, uniforme, café da manhã e lanche da tarde.

A convenção coletiva é válida para os municípios de São Paulo, Itapecerica de Serra, Taboão da Serra, Embu das Arte, Embu Guaçu, Francisco Morato, Mairiporã, Caieiras, Juquitiba e São Lourenço da Serra. Segundo o Sintracon, o universo é de aproximadamente 370 mil trabalhadores.