CPMI volta aos trabalhos sem data para ouvir Pagot, Cavendish e Paulo Preto

Com parlamentares envolvidos com eleições municipais, investigação sobre esquema de Carlos Cachoeira pode entrar em 'banho-maria'

São Paulo – A CPMI do Cachoeira volta aos trabalhos na segunda semana de agosto, ainda sem data para ouvir algumas dos principais nomes envolvidos nas investigações, entre eles o ex-diretor do DNIT, Luiz Antonio Pagot; o ex-sócio da Delta, Fernando Cavendish; e o ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza – o Paulo Preto, ligado ao tucano José Serra, candidato a prefeito de São Paulo.

A convocação dos três foi aprovada pela comissão no começo de julho, na mesma reunião que decidiu ouvir também o prefeito de Palmas (TO) Raul Filho (PT). Até agora, apenas este último falou à CPI. 

Os demais não constam da relação dos próximos depoimentos divulgada hoje (26) pelo presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).  Segundo nota transmitida por sua assessoria, serão ouvidos nos dias 7 e 8, no retorno dos trabalhos, apenas a mulher, a ex-mulher, o contador e um araponga de Cachoeira.

A expectativa é de que, após esses depoimentos, a comissão marque uma reunião administrativa para decidir os passos seguintes. 

A tendência é a investigação mergulhar em “banho-maria” até o final de setembro, por causa das eleições municipais. Alguns dos membros titulares da CPMI são candidatos em suas cidades. Por exemplo, os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Wellington Dias (PT-PI) concorrem a prefeito em Recife e Teresina, respectivamente; enquanto o deputado Rubens Bueno (PPS-PR) a vice em Curitiba. Os demais também costumam participar intensamente das disputas locais.

Mulher, ex-mulher, contador e araponga

O depoimento de Andressa Mendonça, mulher do contraventor, foi marcado para 7 de agosto, a partir de 10h15. O argumento para a convocação é o de que ela “circulava entre figuras importantes, como políticos, empresários e jornalistas” e teria conhecimento sobre a rede de influência de Carlinhos Cachoeira.

No mesmo dia, falará o policial federal aposentado Joaquim Gomes Thomé Neto, um dos “arapongas” do grupo de Cachoeira. Joaquim Gomes já havia sido convocado no início de julho, mas apresentou atestado médico alegando não estar em condições de comparecer à comissão por ter se submetido a um cateterismo.

No dia 8 será a vez de Andréa Aprígio, ex-mulher do contraventor, prestar depoimento. Eles foram casados por quase vinte anos e, após a separação, Andréa se tornou dona do laboratório Vitapan, empresa envolvida no esquema de Cachoeira. O irmão dela, Adriano Aprígio de Souza, diretor financeiro do laboratório, foi preso no dia 6 de julho, suspeito de ameaçar por e-mail a procuradora Léa Batista de Oliveira, uma das responsáveis por denunciar o bicheiro e outros envolvidos na Operação Monte Carlo. Adriano Aprígio foi solto na segunda-feira passada (23), após pagar R$ 10 mil de fiança.

Ainda para o dia 8, está marcado o depoimento do contador Rubmaier Ferreira de Carvalho. Ele é apontado, nas investigações da Polícia Federal, como responsável pela abertura de empresas de fachada, criadas para viabilizar o funcionamento da rede montada por Cachoeira.

Com informações da Agência Senado

 

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