Major Olímpio aponta entidade que denunciou esquema de emendas na Assembleia Legislativa de São Paulo

Presidenta do Centro Educacional Cultural Santa Terezinha teria contado ao deputado como agem os parlamentares

O deputado assegurou que Terezinha possuía bom relacionamento com membros do governo paulista e com deputados da base (Foto: Divulgação/ Site pessoal)

São Paulo – O deputado estadual Major Olímpio (PDT) denunciou nesta quinta-feira (20) aos integrantes do Conselho de Ética que a presidenta do Centro Educacional Cultural Santa Terezinha, Tereza Barbosa, da zona sul da capital, contou a ele que alguns deputados da Assembleia Legislativa só indicavam verbas de emendas para a sua entidade caso recebessem parte dos recursos para destinar a outras organizações não regularizadas, muitas vezes ligadas ao próprio deputado.

“Dona Terezinha me relatou um fato, dizendo que alguns parlamentares obtinham retorno financeiro através das emendas, dizendo: ´eu ajudo a sua entidade, mas também tenho uma ou umas entidades, que ainda não estão regularizadas e que também carecem de ajuda´”, contou o deputado. Tereza Barbosa não foi encontrada. Na ONG informaram que ele está viajando e volta na próxima terça-feira. 

A polêmica surgiu durante uma entrevista na internet do também deputado Roque Barbiere (PTB), afirmando que 25% a 30% dos deputados “vendem” a cota de emendas a que têm direito todos os anos em troca de parte dos recursos. Covas, em entrevista a um jornal, endossou o colega e sugeriu ter ouvido rumores a respeito, citando até um exemplo onde um prefeito de uma cidade havia oferecido-lhe 10% de uma emenda no valor de R$ 50 mil indicado pelo parlamentar.

Mesmo afirmando não ter conhecimento do nome dos deputados que propunham o esquema com a entidade, Major Olímpio assegurou que Terezinha possuía bom relacionamento com membros do governo paulista e com deputados da base. Ele propôs para o conselho convidar Terezinha a se pronunciar a respeito. A sugestão foi vista com bons olhos pela oposição. “Estamos falando de uma pessoa que ensina os deputados como se faz para ganhar emendas, que tem livre trânsito na Alesp e na Casa Civil”, disse o deputado Luiz Cláudio Marcolino (PT), integrante do conselho.

Alguns deputados da base governista foram contrários ao convite, alegando que as investigações devem prosseguir no Ministério Público. O deputado Campos Machado (PTB) sugeriu até mesmo o fim dos trabalhos no Conselho de Ética, dizendo que não há irregularidades no processo. “Por que transparência no processo de emendas se não há nenhuma irregularidade?” questionou.