CUT faz ato em Porto Alegre para lembrar os 42 anos do AI-5
Manifestação vai lembrar tentativa de incriminar passado militante de Dilma Rousseff, durante a campanha presidencial
Publicado 13/12/2010 - 09h25
São Paulo – Nesta segunda-feira (13), a partir do meio-dia, a CUT-RS realiza um ato público em defesa da memória, liberdade e democracia, na chamada Esquina Democrática, centro de Porto Alegre.
Na ocasião, a entidade prestará uma homenagem a militantes que combateram a ditadura, entre elas a presidente eleita, Dilma Rousseff. A manifestação marca o dia em que o AI-5 (Ato Institucional nº 5), tido como o “golpe dentro do golpe”, completa 42 anos.
A CUT decidiu realizar a manifestação em reunião de sua executiva nacional, realizada dias 17 e 18 deste mês. Segundo comunicado da CUT gaúcha, a central considera “fundamental dar uma resposta à onda de ataques da mídia e dos setores conservadores da sociedade contra a geração de brasileiros e brasileiras que, com coragem e abnegação, resistiu à ditadura, muitas vezes com o sacrifício da própria vida”.
Ainda segundo a entidade, o auge das investidas contra esses personagens da história do país se deu quando a então candidata Dilma Rousseff teve seu passado de combatente usado de forma a tentar influenciar a opinião dos eleitores e prejudicar sua caminhada ao Planalto.
As atividades na Esquina Democrática incluirão um ato de desagravo a Dilma.
O AI-5
O ato institucional instituído pelo general Costa e Silva em 1968 autorizava o presidente da República a decretar o recesso do Congresso Nacional, intervir nos estados e municípios, cassar mandatos parlamentares, suspender por dez anos os direitos políticos de qualquer cidadão, proibir manifestações e protestos que tivessem natureza política e decretar o confisco de bens considerados ilícitos pelo governo.
Além da extinção dos direitos democráticos, o AI-5 determinou medidas consideradas de segurança, como a liberdade vigiada e a proibição de frequentar locais determinados.
A consequência foi que os militares se sentiram liberados para, em nome da segurança, expandir a perseguição, a tortura e o assassinato de opositores políticos.
Edição: Fábio M. Michel