Sustentada pela Caixa, criação de empregos despenca no setor bancário

Saldo de janeiro a setembro foi de 2.876 postos de trabalho, queda de 82% ante igual período de 2011

São Paulo – De janeiro a setembro, o setor bancário abriu 2.876 postos de trabalho, ante 18.167 em igual período de 2011, o que representa queda de 82,4%. E o resultado seria negativo não fosse a abertura de 4.407 vagas na Caixa Econômica Federal. Os chamados bancos múltiplos com carteira comercial, setor que inclui Bradesco, Banco do Brasil, HSBC, Itaú Unibanco e Santander, fechou 1.550 empregos. As informações fazem parte de pesquisa elaborada pelo Dieese e divulgada hoje (13) pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

O saldo no ano é resultado de 34.949 admissões e 32.073 demissões. A pesquisa mostra ainda que a remuneração média dos contratados (R$ 2.693,79) é 38,65% menor que a dos dispensados (R$ 4.390,87). Segundo a Contraf, o saldo foi positivo entre bancários com salários entre dois e três salários mínimos e negativo na faixa acima de três mínimos. Dos demitidos, 57% estavam no emprego há menos de cinco anos, 15% entre cinco e dez anos e 28% há mais de dez.

Entre os contratados, 1.667 são homens e 1.209, mulheres. Os trabalhadores do sexo masculino recebem salário pelo menos 20% maior do que as trabalhadoras. A remuneração média, na comparação entre admitidos e demitidos, cai 39,1% entre os homens (R$ 3.031,86) e 38,21% entre as mulheres (R$ 2.322,88).

Os maiores saldos de emprego concentram-se entre bancários com ensino médio completo (7.455) e superior incompleto (2.554). Na avaliação da Contraf, no primeiro caso a alta é provavelmente reflexo da concentração de contratações na Caixa. Entre trabalhadores com ensino superior completo, foram eliminadas 6.101 vagas.