campanha salarial

Servidores federais protestam em Brasília pela reabertura de negociações com o governo

Trabalhadores cobram audiência com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e falam em greve para março, caso as negociações não avancem

Valter Campanato/ABr

Em 2012, servidores públicos federais em greve fazem manifestação em frente ao Ministério do Planejamento

São Paulo – Servidores públicos federais protestam amanhã (5), a partir das 9h, em frente ao Ministério do Planejamento, em Brasília. Eles irão pressionar pela reabertura do processo de negociação com o governo e cobram uma audiência com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Caso as negociações não avancem, os trabalhadores sinalizam com greve para a primeira quinzena de março. Entre as reivindicações, está a fixação do dia 1º de maio como data-base da categoria, já que não data específica para as negociações coletivas do serviço público.

Somos taxativos em afirmar: se governo regulamentasse a negociação coletiva, com critérios como existem na iniciativa privada, 80% das greves que acontecem nos serviços públicos seriam evitados, porque em sua maioria elas ocorrem para abrir um processo de negociação, ou para forçar o governo a cumprir o que se negocia”, afirma o secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva.

Os servidores tambémreivindicam a criação de uma política salarial com regras e critérios para reposição da inflação e valorização dos salários, a partir do ano que vem. E pedem a antecipação de parcela de reajuste salarial,prevista para janeiro de 2015, para março deste ano. Em acordo de 2012, o governo concedeu reajuste de 15,8% para os três anos seguintes, com a previsão de que a inflação seria em torno de 4,5%.

O problema é que a inflação dos últimos dois ficou próxima a 6%, e uma sobre outra já ultrapassa 12%. Isso significa que estamos tendo perda no poder aquisitivo de compra e os trabalhadores não podem pagar por essa fatura”, disse Silva.

Eles querem ainda equiparação de benefícios e plano de saúde, entre servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário, e incorporação de gratificações. “O peso das gratificações é em torno de 50% da remuneração do servidor. Queremos diminuir essa equação, deixando o peso maior no vencimento básico e a gratificação por desempenho fique com um peso menor, no máximo 30%.”

A atividade é organizada pelo Fórum Nacional das entidades de servidores públicos federais, que representa os trabalhadores do Executivo, Legislativo e Judiciário, com a participação de 31 entidades, incluindo as centrais CUT, CSP-Conlutas e CTB. O fórum foi criado em 2011, quando os servidores aprovaram uma pauta única, com as reivindicações de diferentes categorias, que ainda não foi atendida. O ato também será o para lançamento nacional da campanha salarial.

Sabemos que o ano é limitado, por conta da Copa do Mundo e do período eleitoral, mas há condições de atender vários pleitos dos trabalhadores. É preciso boa vontade, determinação política e interesse de resolver algumas pendências”, diz o secretário-geral da confederação.