Petroleiros decidem nesta terça se entram ou não em greve

Federação da categoria viu avanços após reunião com o presidente da Petrobras

São Paulo – O Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) se reúne nesta terça-feira (22), a partir das 14 horas, para decidir se marca o início da greve da categoria ou se encaminha às assembleias uma proposta de acordo, após reunião realizada segunda (21) à noite com o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. O conselho é formado por dirigentes da federação e dos 12 sindicatos filiados. O presidente da FUP, João Antônio de Moraes, viu avanços após o encontro.

Entre esse itens, os sindicalistas destacam o compromisso de Gabrielli de viabilizar três embarques por ano em cada plataforma, para garantir a presença de um representante sindical nas reuniões das Cipas (Comissões Interna de Prevenção de Acidentes). Segundo a FUP, isso vai responder a 150 embarques em plataformas apenas na Bacia de Campos. Em negociação anterior, já havia sido garantida a participação de representantes sindicais nas comissões de apuração de acidentes e incidentes potenciais, conforme critérios a serem estabelecidos de comum acordo.

Ainda de acordo com a FUP, o presidente da companhia concordou com a volta do pagamento do extra turno do feriado de 7 de setembro, chamado de “dobradinho”. Com isso, os petroleiros garantiriam o pagamento de cinco feriados nacionais,  além da segunda-feira de carnaval e do meio dia da quarta-feira de cinzas. Outro item que foi considerado um avanço foi restabelecimento do avanço de nível, dentro do plano de carreira: o avanço automático por antiguidade passaria de meio nível a cada 18 meses para um nível integral a cada 24 meses.
   
Os sindicalistas reclamaram de atos considerados antissindicais da Petrobras. “Os dirigentes da FUP cobraram providências contra essas arbitrariedades, ressaltando para o presidente José Sérgio Gabrielli o despreparo dos gestores da empresa em lidar com situações de conflito”, diz informe da entidade.

Os itens relacionados a saúde e segurança, entre outros, eram vistos como os principais empecilhos para o fechamento de um acordo. Na parte econômica, já havia aceitação com os 10,71% propostos anteriormente pela companhia. Agora, segundo Moraes, o conselho vai avaliar se as questões discutidas com Gabrielli são suficientes para marcar novas assembleias, ou se a data da greve será mesmo marcada.

A Petrobras divulgou nota nesta terça na qual informa que o presidente da Petrobras, “na busca do entendimento com os empregados, fez concessão em três itens”, citando o avanço do nível salarial, permissão de três embarques por ano e pagamento de 100% de hora extra para quem trabalhou no feriado de 7 de setembro. “A empresa mantém sua proposta econômica de reajuste de 10,71% e demais itens apresentados. A Petrobras aguarda a avaliação dos sindicatos para a proposta”, conclui a nota da companhia.