Bombeiros em greve no Rio tentam parar aeroporto por melhores salários

Bombeiros e salva-vidas pedem aumento do salário-base e condições essenciais de trabalho, como protetor solar para evitar câncer de pele

Profissionais em protesto em frente à Assembleia Legislativa do Rio, na última quarta-feira (Foto: Divulgação/G-mar)

São Paulo – Os Bombeiros do Grupamento Marítimo do Rio de Janeiro realizaram mobilização no Aeroporto Tom Jobim nesta sexta-feira (13) para tentar paralisar os profissionais da equipe de salvamento do local. O objetivo seria reduzir o nível de segurança do aeroporto e, consequentemente, deixá-lo sem condições de operar. Cerca de 500 militares estão em greve desde quarta-feira (11), por melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Segundo eles, o estado paga o pior salário da categoria no país.

Os manifestantes vinham realizando protestos na região central do Rio desde o final de abril, quando os pedidos por aumento do salário-base de R$ 950 para R$ 2 mil e condições básicas para a rotina dos bombeiros salva-vidas – como protetor solar e óculos de sol – foram rejeitados pelo governo. Um grupo se mantém acampado em frente à Assembleia Legislativa.

Após críticas pelo silêncio do governo estadual a respeito do assunto, o governador Sérgio Cabral declarou, na quinta-feira (12), que se cogita punição aos trabalhadores em greve e que os líderes já estariam sendo identificados pelo comando da operação. Ele também acredita que haja articulação política para que outros grupos, como de Cabo Frio e Macaé, também apoiem o movimento grevista.

Em razão da prestação de serviço essencial, os bombeiros salva-vidas recomendaram aos banhistas que evitassem ir à praia durante a paralisação. Segundo o 3º Grupamento Marítimo (G-Mar), apenas quatro dos 900 guarda-vidas estavam em posição nas praias do Leblon e de Copacabana.

“Por medida de segurança, as pessoas podem ir à praia, mas devem evitar entrar na água. Não queremos prejudicar ninguém, mas é a única forma de atenderem nossas reivindicações. Hoje, somos o menor salário do Brasil”, declarou, ao jornal O Dia, o cabo Benevenuto Daciolo, candidato derrotado a deputado estadual em 2010 e um dos líderes do movimento.