Direitos trabalhistas

No Dia Nacional de Mobilização, CUT pede força contra PL da terceirização

Secretário-geral da central, Sérgio Nobre, considera que situação ideal é rejeição do projeto de Sandro Mabel. Comissão com trabalhadores, empresários e governo debate alternativas

Arquivo RBA

‘Se o projeto for aprovado como está pode trazer uma nova onda de precarização’

São Paulo – No Dia Nacional de Mobilização, realizado hoje (30), o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, pediu que a sociedade se mobilize contra o Projeto de Lei 4.330, de 2004, que se propõe a ampliar a terceirização e que deve ser votado na próxima terça-feira (3). No formato original, o PL precariza ainda mais a situação dos trabalhadores terceirizados e tem forte oposição das centrais sindicais, que participam de uma comissão quadripartite com governo, empresários e parlamentares.

“Estamos convocando todos os trabalhadores a fazerem caravana a Brasília no dia 3 para impedir que esse projeto seja votado e aprovado. É muito importante também ligar para o seu deputado para pedir que esse projeto não seja votado” disse, em entrevista à Rádio Brasil Atual, sobre a nova data em que pode ocorrer a votação do texto na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. “O ideal seria que o projeto fosse retirado de circulação e que houvesse um novo debate sobre os trabalhadores terceirizados.”

Existem atualmente no Brasil pelo menos 12 milhões de trabalhadores terceirizados, segundo a CUT. “Eles trabalham nas condições mais absurdas, portanto interessaria para o movimento sindical fazer uma regulamentação, mas que protegesse os direitos e não que retirasse os direitos”, disse. “É um projeto nefasto que se for aprovado como está pode trazer uma nova onda de precarização e perca dos direitos dos trabalhadores.”

O Dia Nacional de Mobilização é organizado por CUT, Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e CSP-Conlutas para reafirmar a pauta trabalhista entregue à presidenta Dilma Rousseff em 6 de março. O documento cobra o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários, o reajuste para os aposentados, 10% do PIB para a educação, 10% do orçamento da União para saúde, transporte público de qualidade, reforma agrária e suspensão dos leilões de petróleo do pré-sal.

Ouça a entrevista na íntegra.