Metroviários rejeitam proposta e dizem que possibilidade de greve está mantida

Decisão sairá em assembleia marcada para as 18h30. TRT determina uso de efetivo mínimo. Ferroviários também realizam assembleia decisiva nesta terça-feira

Atualização às 21h05, dia 31
» Metroviários aceitam a proposta e cancelam a greve

São Paulo – O Sindicato dos Metroviários de São Paulo rejeitou nova contraproposta da Companhia do Metropolitano (Metrô), apresentada nesta terça-feira (31) e considerada “inaceitável”. Com isso, diz a entidade, “está mantida a possibilidade de haver greve a partir da meia-noite”. A decisão sairá em assembleia marcada para as 18h30. Também nesta terça, os ferroviários fazem assembleia.

O Metrô acrescentou 1,3% à proposta de 6,39% de reajuste salarial na data-base (1º de maio), totalizando 7,7% de aumento – 6,39% correspondente à variação do IPC-Fipe em 12 meses e 1,3% a título de aumento real. Os 6,39% seriam apliados ao vale-refeição, enquanto o vale-alimentação iria para R$ 150,00 (aumento de 50%). O sindicato reivindica reajuste de 10,79% (com base no IGP-M), 13,80% a título de produtividade, reajuste de 13,9% para o vale-refeição e vale-alimentação de R$ 311,09. Ainda segundo a entidade, a empresa disse não à reivindicação de licença-maternidade de seis meses e ao pagamento igualitário de participação nos resultados (PR). O sindicato lembrou que está em negociação desde o dia 5. “Por isso, e diante da proposta feita nesta terça-feira, se houver paralisação, o responsável será o governo do estado”, afirma, por meio de nota.

Em nota, o Metrô disse que ofereceu auxílio-transporte para funcionários que moram fora do município de São Paulo, e extensão do auxílio-creche para filhos com deficiência. E informou que propôs extensão do auxílio-maternidade de quatro para seis meses. “A proposta do Metrô foi acatada pelo TRT e consolidada pelo Ministério Público Estadual, que a considerou extremamente razoável para o fechamento do acordo”, afirma a companhia.

Em audiência de conciliação, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região determinou que, em caso de greve, pelo menos 90% do quadro de funcionários trabalhe no horário de pico (das 5h às 10h e das 16h às 20h) e 70% nos outros horários. A decisão é resultado de liminar pedida pelo Metrô para reduzir os efeitos da paralisação. Em caso de descumprimento, foi fixado multa de R$ 100 mil, a ser revertida aos hospitais São Paulo, das Clínicas e Santa Casa de Misericórdia.

O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Prazeres, classificou a proposta como “insatistatória” e disse ainda estar à espera de que o Metrô aumente sua oferta. “Esse percentual para a gente ainda é pouco. Não é de nosso interesse entrar em greve. Nós ainda estamos conversando com a empresa, mas com essa proposta ainda é bem possível a paralisação”, disse.