Metalúrgicos de São José querem posição do governo contra demissões na GM

Para presidente de sindicato será necessária intervenção do governo federal para impedir as 1.500 demissões anunciadas pela General Motors

Metalúrgicos de uma das oito fábricas do complexo da GM paralisaram as atividades hoje, das 5h30 às 7h40, em protesto às demissões (Foto: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos)

São Paulo – O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, afirmou hoje (18) que irá reforçar mobilizações para reivindicar que a presidenta Dilma Rousseff proíba a demissão de 1.500 funcionários da General Motors no Vale do Paraíba, no interior Paulista. O anúncio foi feito depois da última rodada de negociações entre a empresa e a entidade sindical, que terminou sem acordo, mesmo com a presença de representantes do governo federal.

“Está claro que sem uma intervenção do governo federal, a GM vai continuar com o plano das demissões. Por isso vamos reforçar nosso processo de mobilização para pedir a intervenção da Dilma”, afirmou Macapá. “Da mesma forma que o governo concede isenções fiscais para a empresa é preciso garantir que ela mantenha os postos de trabalho.”

Participou da reunião a assessora da secretaria executiva do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Leonita de Carvalho. Porém, de acordo com Macapá, sua participação foi como ouvinte. “Queremos um posicionamento claro do governo federal”, cobrou. Esteve presente também uma representante da Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo, que mediou a discussão.

De acordo com a assessoria de imprensa da GM, houve avanços na reunião. A empresa espera que o sindicato flexibilize suas reivindicações para que seja possível chegar a um acordo e reiterou que não confirmou as demissões. Ela recalculou hoje seu excedente de mão de obra, fechado em 1.598 funcionários, depois de um programa de demissões voluntárias (PDV).

A primeira reunião, realizada na quarta-feira (16), terminou sem acordo. Segundo o sindicato, as demissões estão previstas para ocorrer a partir do dia 26, quando termina o lay-off (suspensão do contrato de trabalho) de 970 metalúrgicos. As dispensas seriam uma decorrência do fechamento do setor de Montagem de Veículos Automotores (MVA), onde é feito o modelo Classic, cuja produção será transferida para a Argentina.

A próxima reunião esta marcada para a próxima quarta-feira (23) e há ainda a possibilidade de marcar outro encontro no sábado (26).