Base da CUT

Congresso de metalúrgicos discute política industrial, trabalho decente e direitos humanos nas empresas

Evento, que vai até quinta-feira, fala em “reconstrução sustentável” do Brasil

Riana Martins/CNM-CUT
Riana Martins/CNM-CUT

São Paulo – Começa oficialmente na noite desta terça-feira (9) o 11º congresso da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), que entre seus temas inclui política industrial, soberania, direitos e trabalho decente. Na prática, o encontro foi aberto na semana passada om vários eventos, que vão até a próxima quinta (11). Hoje, além da abertura, haverá a eleição da nova diretoria. O congresso está sendo realizado em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.

O tema do encontro é “Reconstruir o Brasil de forma sustentável e humanizada com trabalho decente, soberania, renda e direitos”. Assim, por exemplo, um dos temas, discutidos no domingo (7), foi sobre violação de direitos humanos pelas empresas. A CNM-CUT lembra que existe um projeto de lei (PL 572/2022) “que prevê a criação de um marco nacional para regulamentar os impactos da violação das empresas sobre os direitos humanos de trabalhadores, povos, comunidades e territórios”.

Direitos e políticas

Representante da Fundação Frederich Ebert Stiftung (FES) no Brasil, Christoph Heuser acredita que o atual momento político ajuda esse tipo de debate. Os metalúrgicos lembram que a chamada Lei de Devida Diligência na Cadeia de Fornecedores (Lieferkettengesetz) entrou em vitor em janeiro. Além disso, três meses depois, a União Europeia aprovou lei sore o mesmo assunto.

Ontem (8), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, participou do congresso. Funcionário da Volkswagen de São Bernardo do Campo, ele foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT. Marinho citou medidas como a retomada da política de valorização do salário mínimo e o projeto de igualdade salarial entre homens e mulheres. Ambas as propostas tramitam no Congresso. O governo discute ainda a regulamentação de convenções internacionais e tenta criar regras para o trabalho por aplicativos.

Reindustrialização

“Esse 11º Congresso dos Metalúrgicos assume uma importância histórica pelo momento que acontece. Nós da CNM-CUT no último no último congresso, em 2019, tivemos a bandeira de Lula Livre”, lembra o presidente da entidade, Paulo Cayres, o Paulão. Agora, para ele, o novo governo, justamente com Lula à frente, permite retomar discussões abandonadas nas gestões anteriores.

“A CNM-CUT reforçará ainda mais seu papel na reindustrialização do Brasil. Focaremos nos setores automotivo, naval, siderúrgico, setor de máquinas e eletroeletrônicos. Daremos também uma atenção especial para o Polo Industrial de Manaus (PIM) e sua importância para a indústria brasileira”, acrescenta Paulão.

Com informações da CNM-CUT