entrevista

Novo presidente da CUT SP diz que luta pela educação pública marcará sua gestão

Contra a crise econômica, Douglas Izzo defende o fortalecimento do mercado interno, diz que o estado de São Paulo não oferece serviços públicos de qualidade e promete combate ao 'ultraconservadorismo'

Roberto Parizotti/CUT-SP

“A gente quer construir um movimento em que as categorias profissionais vejam a educação como prioridade”

São Paulo – O novo presidente  da CUT São Paulo, Douglas Izzo, eleito no 14º Congresso estadual da entidade, realizado na semana passada, falou hoje (31) à Rádio Brasil Atual sobre os desafios, mobilizações e estratégias para garantir e ampliar direitos aos trabalhadores paulistas no próximo período. Ele, que é professor da rede pública, diz que uma das marcas da sua gestão será a luta pela educação de qualidade no estado de São Paulo.

“Uma das grandes bandeiras vai ser construir grandes movimentos de educação, que envolvam os trabalhadores do setor público, do setor privado, que envolva a comunidade escolar e a sociedade, de forma geral (…). A educação não tem que ser defendida apenas pelos professores. A gente quer construir um movimento em que as categorias profissionais vejam a educação como prioridade”, diz o professor, em entrevista à repórter Anelize Moreira.

Para Douglas, o principal desafio é construir uma educação pública de qualidade, “para que os jovens da periferia tenham condições de entrar na universidade pública, tenham condições de atuar no ensino técnico profissionalizante, com condição de disputar, em pé de igualdade, concursos públicos, e os melhores e mais valorizados empregos na sociedade”, afirma.

O novo presidente da CUT-SP diz que a entidade deve apresentar uma proposta alternativa às medidas de austeridade propostas pelo governo federal, visando ao fortalecimento do crédito e do mercado interno, e que aponte para a retomada do crescimento. Para Douglas, o ajuste fiscal, “da forma que está sendo feito”, não contribui para o crescimento econômico e a geração de empregos.

Para o estado de São Paulo, a ideia é discutir e articular, junto com os movimentos sociais, um novo projeto, pois, segundo ele, o estado mais rico da federação “não apresenta serviços de qualidade para o conjunto da classe trabalhadora”.

“São Paulo não tem dado conta de dar respostas efetivas aos problemas da educação, da saúde, da segurança pública, da mobilidade, da geração de emprego. Não tem respostas para a desindustrialização, que é crescente no estado”, analisa Douglas.

Segundo o dirigente, também é imprescindível fazer em São Paulo o enfrentamento do “ultraconservadorismo”, que ameaça as conquistas sociais do país nos últimos anos. “Vamos nos colocar na trincheira contra o conservadorismo, contra a política do ódio, contra a política racista, da agressão contra os imigrantes, da agressão com aqueles que são diferentes.”

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