não ao retrocesso

Lula e Haddad vão repudiar, em ato hoje, jornada de 12 horas

Líderes do campo progressista se reúnem com trabalhadores na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, às 18h, com pauta de protestos que agora inclui críticas ao ministro, que falou em ampliar jornada

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Lula e Haddad participam de ato na quadra dos bancários, hoje, às 18h, para defender direitos e a democracia

São Paulo – O encontro sobre trabalho e desenvolvimento na cidade de São Paulo, marcado para hoje (9), às 18h, no quadra do Sindicato dos Bancários, no centro de São Paulo, ganhou uma pauta de última hora e será de repúdio à jornada de 12 horas por dia, proposta pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o prefeito da cidade e candidato à reeleição, Fernando Haddad, deverão rebater as afirmações do ministro, que admitiu ontem a jornada maior, além das oito horas diárias, ao falar sobre a reforma nas leis trabalhistas pretendida pelo governo e pela bancada conservadora do Congresso Nacional.

Hoje, Nogueira recuou, depois de receber um telefonema do presidente Michel Temer cobrando explicações e disse que não haverá retrocesso nesse direito. Em entrevista à Rádio Estadão, o ministro disse “doze horas é voltar ao tempo da escravidão, direito você mantém, não retira”.

No site do Ministério do Trabalho, no entanto, o ministro afirma que a proposta do governo vai manter a jornada de trabalho de 44 horas semanais, com a possibilidade de quatro horas extras, chegando a 48 horas semanais. “O freio será de 12 horas, inclusive com horas extras. Não estou falando em aumentar a jornada diária para 12 horas. A proposta prevê que trabalhadores e empregadores possam acordar, em convenção coletiva, como a jornada semanal será feita, para trazer legitimidade aos acordos coletivos. Essa cláusula acordada não poderá depois ser tornada nula por uma decisão do juiz, trazendo segurança jurídica”, declarou.

O presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, ressalta que os movimentos permanecerão nas ruas e jamais permitirão que o “governo ilegítimo” altere as conquistas alcançadas no país. “Agora recuaram, mas a proposta que fizeram de aumento da jornada para 12 horas era absurda. Temer está na contramão do Brasil, contra tudo o que defendemos, que é o trabalho decente e digno. Isso sem falar que esta medida iria agravar ainda mais o desemprego que já um sério problema que estamos enfrentando nesta conjuntura de golpe.”

Na atividade desta sexta estarão presentes ativistas e representantes de diferentes segmentos, desde agricultores familiares, a entidades assistenciais, trabalhadores do campo e da cidade e pequenos empreendedores que atuam em comércios locais ou com economia solidária.