Mundo do trabalho

Italiano assume comando da CSI, e brasileiro será presidente-adjunto: por um novo contrato social

Quinto congresso da Confederação Sindical Internacional terminou hoje, na Austrália, defendendo mais direitos e inclusão

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O novo secretário-geral da CSI, Luca Visentini, alertou para efeitos da crise econômica e ameaças à paz e à democracia

São Paulo – Com mil delegados de mais de 120 países, representando 200 entidades, terminou nesta terça-feira (22) o quinto congresso da Confederação Sindical Internacional (CSI), reivindicando “um novo contrato social”. O italiano Luca Visentini, 53 anos, é o novo secretário-geral da entidade. A presidência ficou com Akiko Gono (Japão), tendo o brasileiro Antonio Lisboa, secretário de Relações Internacionais da CUT, como adjunto. Ao lado dele, Cathy Feingold, da AFL-CIO, maior central dos Estados Unidos. “É uma grande responsabilidade que envolve a representação de 210 milhões de trabalhadores de todo o mundo”, disse Lisboa.

Foram cinco dias de debates em Melbourne, na Austrália. As mulheres foram maioria no congresso: 50,8%, ante 46% em 2018.

Negociar e organizar

“Estamos prontos para lutar por nossos objetivos, prontos para negociar e organizar, organizar, organizar”, declarou Visentini, líder da Confederação Sindical Europeia (Etuc, na sigla original em inglês). “Venceremos porque estamos unidos e prontos para incluir todos em nosso movimento, não importa onde estejam.” Ele agradeceu sua antecessora, a australiana Sharan Burrow, por ter “alterado radicalmente” a agenda global em favor dos trabalhadores.

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Antonio Lisboa, da CUT, será um dos líderes da CSI, que representa 210 milhões de trabalhadores (Foto: Reprodução)

Transição climática, avanço da extrema direita e o conflito Ucrânia-Rússia foram alguns dos assuntos discutidos no evento. O novo secretário-geral afirmou que este “é um momento historicamente difícil” para os trabalhadores.

“O mundo está à beira de uma crise econômica, e os trabalhadores estão na linha de frente. Muitos já estão sofrendo as consequências. A paz e a democracia estão ameaçadas, e os movimentos emergentes de extrema direita colocam em risco os direitos humanos e dos trabalhadores e sindicatos”, acrescentou Visentini.

A CSI defende um novo modelo econômico, com mais inclusão e proteção social. “Isso deve estar no centro de todos os planos de governo”, afirmou o dirigente.