Horas antes de encontro com Dilma, Paulinho da Força pede volta de Lula

Presidente da Força Sindical ameniza insatisfação provocada por encontro com Eduardo Campos, possível adversário da petista em 2014, e vê PDT a caminho da oposição

Paulinho se queixa da falta de diálogo do governo e da lentidão na avaliação de projetos de interesse dos trabalhadores (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom. Arquivo Agência Brasil)

Brasília – O presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva, pediu a volta de Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto horas antes de encontro com Dilma Rousseff, programado para a tarde de hoje (6). “Não vamos continuar com essa política da Dilma. Se o Lula voltar, terá todo apoio da Força Sindical. Se for a Dilma, não terá”, afirmou, na chega da marcha das centrais ao Congresso..

O deputado federal pelo PDT de São Paulo provocou insatisfação entre os presidentes de outras centrais sindicais ao se encontrar com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, às vésperas da reunião com Dilma, a primeira desde março do ano passado. Na segunda-feira, Paulinho esteve em Olinda para, segundo informou, discutir a medida provisória que muda as regras para concessão e administração dos portos brasileiros. 

Mas o encontro se dá no momento em que o deputado mais uma vez ameaça se aliar a opositores de Dilma, e em um contexto em que Campos avalia o cenário para 2014, quando também pode romper com a base aliada ao Planalto para lançar-se na disputa contra a presidenta. Paulinho afirmou que o PDT está a caminho da oposição, mesmo tendo o comando do Ministério do Trabalho e Emprego, agora administrado por Brizola Neto (RJ). Questionado sobre o mal-estar provocado pela reunião com o presidente nacional do PSB, Paulinho minimizou: “Cada um faz o que pode. O governo recebe a CUT, recebe a UGT, e não recebe a gente.” Na semana passada, Dilma se reuniu com o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah. 

O presidente da Força se queixou da falta de diálogo do governo federal com os sindicatos, usando como exemplo a decisão de não permitir a votação do Projeto de Lei 3.299, de 2008, que dá fim ao fator previdenciário. Nos cálculos da central, o custo da medida seria de R$ 9 bilhões de reais ao ano, ao passo que a equipe econômica de Dilma promoveu uma desoneração tributária que tem um impacto de R$ 18 bilhões.

Os líderes das centrais se reuniram agora de manhã na Esplanada dos Ministérios, que foi tomada por manifestantes vindos de diversas partes do país para uma marcha que tem como objetivo pressionar o governo e o Congresso a levarem adiante medidas importantes para os trabalhadores. Nesta tarde haverá reuniões com os presidentes do Senado, Renan Calheiros, da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. A agenda será encerrada com uma audiência com Dilma Rousseff, às 17h.