Contag vai cobrar compromisso de Dilma com reforma agrária de qualidade

Presidente reeleito da entidade, Alberto Broch, diz que irá pautar o governo em temas como assistência técnica e melhoria dos assentamentos

Alberto Broch, durante o congresso em que foi reeleito presidente da Contag (Foto: Sérgio Lima/Folhapress)

Brasília – A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) vai cobrar da presidenta Dilma Rousseff e seus ministros o compromisso com a “reforma agrária de qualidade”, anunciado por ela na abertura do 11º Congresso da entidade, na terça-feira (5), em Brasília. 

A afirmação é de Alberto Ercílio Broch, reeleito hoje (8) presidente da Contag, em chapa única, com o voto de 1.902 dos 1933 delegados do encontro. Ele cumprirá mais um mandato de quatro anos. A posse é no dia 26 de abril.

Na terça, Dilma falou também em aumentar o crédito e melhorar a assistência técnica ao produtos. Na véspera, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, já havia discursado sobre as ações e limites do Executivo. “Entendemos isso com uma posição que compromete o governo. Vamos pautar o governo na reforma agrária, na assistência técnica e na melhoria dos assentamentos”, disse Broch.

Segundo ele, o congresso reafirmou politicamente várias questões, como a necessidade de fortalecimento da agricultura familiar, a melhoria das políticas públicas e a defesa de um novo modelo tecnológico. “Que a nossa Embrapa possa pesquisar modelos mais sustentáveis, durante a transição para a agroecologia. É preciso discutir não só a produção, como a comercialização.”

O dirigente disse não se iludir quanto a uma possível mudança de modelo no país, com prioridade à agricultura familiar, em vez do agronegócio, mas disse que é preciso “disputar” os investimentos públicos. “O Estado tem de investir seus recursos para priorizar a agricultura familiar. Se o agronegócio é tão bom assim, não precisa tanto desses recursos”, afirmou o gaúcho de Alto Alegre, ele mesmo um agricultor familiar, em condomínio com os irmãos, cultivando soja, trigo, leite e cultura de subsistência.

Entre as decisões do congresso, ele destacou a aprovação da paridade de gênero. Na próxima gestão, homens e mulheres terão o mesmo número de cargos da direção. Havia aproximadamente 45% mulheres no encontro.

Além de Broch, a chapa tem Willian Matias, de Tocantins, como primeiro vice, Carmen Foro, do Pará, como segunda vice, e Dorenice Cruz, de Mato Grosso, como secretária-geral.