Greve contra privatizações

Estudantes da USP se unem a trabalhadores na greve contra privatizações de Tarcísio em São Paulo

Metroviários cobram liberação das catracas do governador nesta terça para que a paralisação não seja decretada. Funcionários da CPTM e da Sabesp também entram em greve para impedir concessões e privatizações

Divulgação/SPBancários
Divulgação/SPBancários
Os funcionários do Metrô, CPTM e Sabesp irão se reunir nesta segunda, às 18h, para definir a realização da greve conjunta

São Paulo – Estudantes e trabalhadores da Universidade de São Paulo (USP), que já estão em greve, irão aderir nesta terça-feira (3) ao movimento dos funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp contra a agenda de privatização do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Na última sexta (29), todas as unidades da USP na cidade de São Paulo aderiram à paralisação na universidade contra a falta de professores, que agora se expande para o interior do estado.

Apenas na Faculdade de Direito da USP, o apoio à paralisação unificada foi respaldado por 231 votos contra 29, de acordo com o Centro Acadêmico XI de Agosto. Em vídeo publicado pela entidade estudantil, os alunos celebraram a decisão. “Unificou, é estudante junto com trabalhador”, bradam.

Ainda na quarta (27), os trabalhadores da universidade também decidiram em assembleia o apoio à paralisação contra o governador. A categoria ainda discute a possibilidade de entrar em greve por tempo indeterminado. A decisão deve ficar para depois da paralisação geral.

Os metroviários negociam, em paralelo, que o governo Tarcísio libere as catracas como condição para suspender a greve no Metrô. A proposta consta no acordo com a Justiça do Trabalho e já foi encaminhada à gestão estadual, que pode definir o destino da greve.

Metroviários cobram catracas livres para evitar greve

“Ele precisa topar e não pode mentir como mentiu no começo do ano. Nós podemos liberar as catracas ao invés de fazer greve. E com isso a gente preserva o direito de se manifestar contra as privatizações. Porque se privatizar Metrô, trem e a Sabesp, a tarifa desses serviços vai aumentar e piorar. É só ver o que aconteceu na linha Esmeralda e Diamante: depois que privatizou virou o caos”, destacou a presidenta do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Camila Lisboa.

O caso de “traição”, mencionado pela dirigente, é referente à greve dos trabalhadores realizada em março. Na ocasião, os trabalhadores também pediram o passe livre para passageiros. Mas enquanto o governo sinalizava que aceitaria a liberação das catracas, ele recorria à Justiça contra a greve. Já as linhas de trens mencionadas foram concedidas à iniciativa privada. Com a nova gestão, as linhas apresentaram o triplo de falhas daquelas geridas pelas estatais: foram 16 episódios, incluindo graves descarrilamentos, apenas neste ano.

Linhas afetadas pelas privatizações

Caso Tarcísio negue novamente o acordo, algumas das linhas do transporte sobre trilhos não irão funcionar. A paralisação será realizada na Linha 1-Azul, na Linha 2-Verde, na Linha 3-Vermelha e na Linha 15-Prata. Na CPTM, a greve ocorrerá na Linha 7-Rubi, além da Linha 10-Turquesa, da Linha 11-Coral, Linha 12-Safira e Linha 13-Jade. O Tribunal Regional do Trabalho determinou que os trens devem operar com 100% do efetivo em horários de pico e 80% nos demais períodos. No caso da Sabesp, a determinação é de 85%.

“Essa greve unificada é resultado da busca paciente por unidade entre os sindicatos e categorias, e não será nossa ‘última cartada’, mas sim um passo gigante de nossa luta contra a privatização, que tem na disputa da opinião pública com o Plebiscito uma arma decisiva. O dia 3 unifica a luta contra o leilão da Linha 7 da CPTM, a tramitação da privatização da Sabesp na Alesp e as terceirizações no Metrô”, diz um trecho da nota dos metroviários.

Ainda nesta terça, os trabalhadores da Sabesp vão realizar ato público em frente à Estação Elevatória de Esgotos (EEE) Ponte Pequena – a primeira do estado –, na zona norte da capital paulista. Os funcionários das estatais irão se reunir ainda hoje, às 18h, para organizar a greve conjunta.

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