Por reajuste, servidores fazem pressão de ‘boas-vindas’ sobre vereadores de São Paulo

Na primeira sessão após o recesso, funcionários públicos reivindicam ao Legislativo municipal a aprovação de mudanças na legislação e aumento salarial

São Paulo – Servidores municipais deram as “boas-vindas” aos vereadores da capital paulista que retornam às atividades nesta terça-feira (2). O objetivo do protesto na Câmara é retomar a campanha salarial no segundo semestre, cobrando a aprovação de lei que assegure os 39% de reposição salarial. A administração de Gilberto Kassab (ex-DEM, a caminho do PSD) mantém reajustes de 0,01% previstos em lei municipal.

Um grupo de representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep) entregou uma carta aberta aos parlamentares e seguiram para ato em sessão plenária.

O vereador Claudio Fonseca (PPS) lembrou que a Casa deu prioridade às votações dos Projetos de Lei 298/11 e 300/11 que tratam, respectivamente, do piso mínimo e da gratificação dos funcionários públicos municipais de São Paulo e foram aprovados na Câmara. “Registro também a necessidade de rever a remuneração dos funcionários públicos, ativos ou não”, discursou.

No painel da sessão, cerca de 47 vereadores marcavam presença. Porém, poucos deles se encontravam durante o período que os servidores ocuparam a galeria do plenário. Irritados, alguns gritaram palavras de ordem, como “sem reajuste, a cidade para” durante a saída.

A presidenta do Sindsep, Irene Batista de Paula, defendeu que os servidores precisam ficar atentos e mostrar sua indignação pela forma com que são tratados. “Depois de toda luta deste ano a gente sabe que este governo não tem na sua agenda prioridade aos servidores públicos municipais”, completou.

A categoria é protagonista de diversas manifestações contra a política de Kassab para o funcionalismo público. Uma série de reuniões com a Secretaria de Gestão da prefeitura foi realizada, sem nenhum acordo.

Em assembleia realizada no auditório externo da Câmara, os servidores decidiram articular uma manifestação no próximo dia 18 em frente à sede da prefeitura. Eles pretendem comprar pães para distribuir à população em protesto contra os 0,01%.

Se a prefeitura não abrir negociações com os servidores, eles ameaçam realizar greve geral no dia 22 de agosto. Inclusive os trabalhadores do serviço funerário, que já fizeram uma paralisação de 24 horas no dia 21 de junho. Estes trabalhadores receberam aumento nas gratificações e o piso mínimo da categoria subiu de R$ 545 para R$ 630.