Em 2010, nenhum acordo salarial do setor metalúrgico perdeu para a inflação

Segundo o Dieese, a grande maioria teve aumentos reais

São Paulo – Em 2010, nenhum acordo do setor metalúrgico perdeu para a inflação, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Foram pesquisadas 71 negociações. Desse total, 68% (95,8%) ficaram acima da variação acumulada do INPC-IBGE e três (4,2%) foram equivalentes à inflação. De acordo com o instituto, foi o melhor resultado desde 2000. Em relação à proporção de reajustes de aumento real, 2010 perdeu apenas para 2005 (97,1%) e 2007 (96,4%). A pesquisa foi divulgada pelo Dieese e pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT.

Os resultados do ramo metalúrgicos superaram a média das 700 negociações pesquisadas pelo instituto referentes a 2010 (88,7% acima da inflação, 7% equivalentes ao INPC e 4,3% abaixo). “Outra questão particular dos metalúrgicos é a magnitude do ganho real”, lembra o Dieese. Enquanto no total 15,1% das negociações tiveram três pontos de aumento real, no caso da categoria esse percentual superou 35,2%.

Somados os três últimos anos, 95,8% dos reajustes salariais dos metalúrgicos ficaram acima do INPC e 4,2%, abaixo.

“Os mais de 2,2 milhões de metalúrgicos, através de seus sindicatos locais distribuídos por todo o território nacional, parte significativa deles representados pelas 71 negociações salariais analisadas em 2010, beneficiaram-se do cenário econômico favorável e do bom desempenho também vivido pela indústria metalúrgica nacional”, diz o Dieese. “Espera-se em 2011 a continuidade desse cenário virtuoso, com mobilização maciça dos metalúrgicos cutistas em cada um de suas negociações de data-base, distribuídas por todo o território nacional”, acrescenta o instituto, que cita alguns desafios para este ano, como a valorização do real em relação ao dólar.

“Durante duas décadas, os estudos apontavam queda nos salários e empregos. Antes, a grande luta dos trabalhadores nas negociações salariais era a reposição da inflação. Agora vivemos um novo momento em nossa economia”, comentou o presidente da CNM-CUT, o deputado estadual Carlos Grana. Para o presidente da federação estadual da categoria em São Paulo, Valmir Marques da Silva, o Biro Biro, uma meta para o próximo período é elevar os pisos salariais. Todos os 12 acordos pesquisados no estado de São Paulo tiveram aumentos acima da inflação.

Com informações do site da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT