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Descontentes com negociações, bancários protestam hoje

São Paulo terá passeata a partir das 18h30 na região central. Segundo Comando Nacional da categoria, 130 sindicatos devem organizar protestos em suas bases

Mauricio Morais/Sindicato dos Bancários

Próxima negociação, na segunda, debaterá salários

São Paulo – Bancários realizam nesta quinta-feira (22) uma “dia nacional de luta” com objetivo de pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Em todo o país, sindicatos estão programando manifestações após o expediente bancário. Em São Paulo, uma passeata está marcada para começar às 18h30, em frente à sede do sindicato, na Rua São Bento, e percorrer as ruas do centro.

A categoria, em campanha salarial desde o início do mês, ainda não discutiu temas econômicos, mas o Comando Nacional dos Bancários está insatisfeito com o andamento dos debates já realizados até o momento, em que foram discutidos assuntos ligados a saúde, condições de trabalho, segurança, emprego e igualdade de oportunidades.

Segundo a representação dos trabalhadores, as instituições financeiras rejeitam discutir programas de metas individuais causadores de doenças decorrentes do estresse e das pressões, ações para reforçar a segurança, abertura de agências com dois turnos de trabalho, com objetivo de abrir postos de trabalho, reduzir a jornada e ampliar o atendimento, criação de cota de 20% das vagas para negros, entre outras reivindicações.

“Os bancos estão reduzindo empregos e, ainda assim, aumentando suas atividades e, consequentemente, seus lucros. Os seis principais bancos do país tiveram R$ 29,6 bilhões de lucro líquido no primeiro semestre, com redução de 5% no número de empregados por agência”, diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.

Na segunda-feira (26), o Comando Nacional volta a ser reunir com a Fenaban para discutir itens das cláusulas econômicas. Entre eles estão reajuste de 11,93% (incluído aumento real de 5%), piso salarial no valor de R$ 2.860,21 e a valorização dos vales-refeição e alimentação.

“Os balanços semestrais dos bancos mostram que eles continuam batendo recordes de lucro. Não há razão, portanto, para recusarem as reivindicações dos bancários”, afirma o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro.

Os bancários possuem uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional, abrangendo cerca de 500 mil bancários no Brasil. A data-base para renovação do acordo é 1º de setembro.

Com informações do Sindicato dos Bancários de São Paulo e da Contraf-CUT