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Greve dos bancários começa com adesão 20% maior que no ano passado

Paralisações atingem mais de 6 mil agências no primeiro dia de greve; em São Paulo, 18 mil bancários de 580 unidades pararam

Gerardo Lazzari/Sindicato dos Bancários

Uma em cada cinco agências de São Paulo, como esta na Av. Paulista, não funcionou nesta quinta (19)

São Paulo – Mais de 6 mil agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal participaram do início da greve nacional dos bancários, nesta quinta-feira (19). A adesão é 20% à do primeiro de greve da categoria do ano passado. Os números são da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) com base nos dados enviados até as 18h30 por 143 sindicatos que integram o Comando Nacional, organização que representa 95% da categoria.

“Os bancos empurraram os bancários para a greve com sua postura intransigente – e vão se surpreender. A forte paralisação, inclusive nos bancos privados, mostra a indignação da categoria”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. A proposta até agora apresentada pela Fenaban reajusta os salários em 6,1%, o que repõe a inflação medida pelo INPC nos últimos 12 meses, mas ignora ganho reais por produtividade.

Segundo Cordeiro, os bancos, ao contrário, estão fechando postos de trabalho e piorando as condições de trabalho, com aumento das metas abusivas e do assédio moral, o que tem provocado uma verdadeira epidemia de adoecimentos. “Por falta de investimento em segurança, também cresce o número de assaltos, sequestros e mortes. Mas os banqueiros se recusam a discutir esses problemas.”

Em São Paulo, os trabalhadores fazem assembleia na segunda (23), a partir das 17h, para avaliar os rumos do movimento. Na terça, eles se reúnem no vão livre do Masp, às 16h, para sair em passeata pela Avenida Paulista. Na capital, Osasco e região houve adesão de aproximadamente 18 mil trabalhadores, em 580 dos 2.800 locais de trabalho, segundo informações do sindicato.

Os bancários reivindicam 5% de aumento real, a melhoria nos critérios de pagamento da participação nos lucros e resultados, a valorização dos salários de ingresso, a ampliação do horário e das condições de atendimento, com mais contratações.

“Enquanto propõem reajuste sem ganho real, os bancos elevam a remuneração de seus altos executivos. A remuneração anual média de um diretor executivo do Santander em 2013 será de R$ 7,9 milhões, por exemplo, aumento de 39% em relação ao ano anterior. E o piso do bancário é de R$ 1.519”, critica a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, em nota da entidade.

A categoria em data-base em 1º de setembro e totaliza cerca de 500 mil trabalhadores no país. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informa no site da entidade as alternativas para pagamento de contas, pela internet, telefone, aplicativo do banco pelo celular, caixas eletrônicos e rede 24 horas.