CUT vai discutir alternativa ao imposto sindical em dezembro

Central lançou abaixo-assinado pela substituição do imposto por uma contribuição definida pelos trabalhadores

São Paulo – A Central Única dos Trabalhadores (CUT) propôs nesta quinta-feira (6), segundo dia de sua plenária nacional, a realização em dezembro de um seminário sobre finanças com as direções estaduais para discutir o fim do imposto sindical. O objetivo é acelerar o debate interno para evitar tensão entre os lados contrários e favoráveis à contribuição compulsória anual, equivalente a um dia de salário. Na quarta (5), a central anunciou que fará um abaixo-assinado em busca de apoio à substituição do imposto por uma contribuição negocial definida pelos trabalhadores.

Segundo Quintino Severo, secretário-geral, o objetivo da central é buscar consenso. “Queremos debater outro modelo para não dividir mais nossa base com esse tema”, disse. 

A orientação da maioria dos dirigentes expressa na plenária é que as emendas às questões financeiras sejam rejeitadas e encaminhadas diretamente ao seminário. Segundo esse encaminhamento, o imposto seria extinto. Porém, uma nova forma de contribuição aos sindicatos teria de ser definida pelos trabalhadores, para manter a  receita das entidades.

Existem, no entanto, os que defendem a adição de propostas ao encaminhamento com a justificativa de que pequenas entidades teriam dificuldades de se sustentar com a alteração da receita, tendendo a defender a manutenção da porcentagem do imposto sindical atual. Outros dizem que a luta é legítima pelo “extermínio” dos chamados “sindicatos pelegos”.

“É o tipo de decisão que temos que tomar olhando para os princípios que a CUT segue”, disse Artur Henrique, presidente da central, em apoio à fala de Severo.

Renovação

A renovação do quadro de dirigentes dos sindicatos filiados também esteve na pauta. Por unanimidade, foi aprovada emenda que restringe a um período de quatro anos a gestão das entidades cutistas. Para Artur, a decisão estimula os jovens sindicalistas a se engajar para postos nas direções. “É desse modo que o sindicalismo se renova. Bons sindicatos não precisam temer perder a excelência se forem bons sindicatos.”

O presidente da central aproveitou para ironizar o que ele chamou de “quadro de acirramento” nas outras centrais. “Temos que nos diferenciar das demais mantendo nossos princípios. Existem sindicatos filiados a outras centrais que têm dirigentes há pelo menos 15 anos no mandato. Não podemos aceitar disparidade de mandatos”, finalizou.