CUT comemora 26 anos com protesto em São Paulo

Várias categorias estão em negociação neste segundo semestre. Além de aumento salarial, bancários querem redução dos juros e spread

(Foto: Roberto Parizzoti/CUT)

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) faz 26 anos nesta sexta-feira (28) e comemora a data com um protesto em São Paulo. A Central faz uma passeata a partir da sede, no Brás, a partir das 10h, até a Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Teatro Municipal, no centro da cidade.

O protesto faz parte da Jornada Nacional Unificada de Lutas, que pretende levar trabalhadores de diversas categorias que estão em campanha salarial neste segundo semestre às ruas, dentre elas bancários, metalúrgicos, petroleiros e químicos, além dos comerciários de São Paulo.

No primeiro semestre, segundo o Dieese, 93% das negociações rejustaram em reajustes iguais ou acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Spread e juros

Outros temas também ganham importância além da reposição salarial. Como por exemplo a redução dos juros e spread e a ampliação do crédito. “Um dos problemas mais graves do Brasil hoje em dia é o spread. Os bancos ganham muito e atravancam o crescimento”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.

De acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o spread no Brasil é o maior do mundo e equivale a 11 vezes o dos países desenvolvidos. Mesmo na comparação com os países em desenvolvimento, o spread brasileiro ainda é 5,5 vezes maior.

“O governo fez parte do trabalho necessário reduzindo a taxa básica de juros (Selic) de 22% ao ano, em 2003, para 8,75% em julho deste ano. Mas os bancos no Brasil continuam campeões no spread. Por isso a redução dos juros é uma das bandeiras da campanha dos bancários. Taxas menores significam mais crédito para a economia e conseqüentemente geração de empregos. Um círculo virtuoso do qual os bancos insistem em não participar”, comenta Marcolino.

Com Sindicato dos Bancários de São Paulo