Bombeiros acampados na Assembleia esperam adesão dos quartéis do Rio

Rio de Janeiro – O número de bombeiros e parentes acampados nas escadarias do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio, no centro da capital fluminense, começa a aumentar […]

Rio de Janeiro – O número de bombeiros e parentes acampados nas escadarias do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio, no centro da capital fluminense, começa a aumentar e a expectativa da categoria é que cheguem bombeiros de todos os quartéis do estado. A vigília é para pedir a libertação dos 439 bombeiros presos na madrugada de sábado (4) durante a invasão ao quartel central da corporação, num protesto por melhores salários e condições de trabalho.

Os bombeiros estenderam uma enorme faixa nos pilares do Palácio Tiradentes, com a frase “Resistir é Preciso”. Há também outras faixas com os dizeres “Bombeiros são Heróis; não são Vândalos” e “Vândalo é quem prende Herói”. Eles estão em barracas de camping e numa delas improvisaram uma cozinha, onde estão sendo preparados sucos e sanduíches.

O cabo Gilberto Batista, que está há 22 anos no Corpo de Bombeiros, disse que a prioridade agora passou a ser a libertação dos presos e que só depois voltarão a discutir a questão salarial. “Foi ensinado pra gente que o quartel é a nossa segunda casa, acaba que a gente entra lá, o comandante-geral não nos recebe e num ato de desespero a gente derruba o portão para aguardá-lo descer, mas ele não desce. E (então) acabaram prendendo 439 militares.”

O protesto dos bombeiros nas escadarias da Alerj está sendo acompanhado pela Polícia Militar, com três viaturas do batalhão do centro e duas do Batalhão de Choque.

No quartel central da corporação, que teve o portão principal derrubado, o clima é de aparente tranquilidade. Dez policiais militares estão posicionados na calçada do quartel. O portão foi recolocado, mas está sendo apoiado por um carro dos bombeiros.

Cabral

Em nota oficial divulgada no domingo (5), o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, reiterou seu repúdio à invasão do quartel central do Corpo de Bombeiros por um grupo de militares da corporação que reivindica reajuste de salários.

“Um grupo de manifestantes da categoria conduziu um gesto de imensa irresponsabilidade ao invadir o quartel central dos bombeiros”, diz a nota.

O governador conclui a nota assim: “Os milhares de bombeiros, que orgulham o nosso estado e são leais à premissa do salvamento, têm e merecem do governo do Rio de Janeiro o diálogo – sempre e reafirmadamente aberto – no caso, por meio da Secretaria de Saúde e Defesa Civil e do Comando-Geral do Corpo de Bombeiros”.