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Após paralisação de advertência, portuários anunciam greve na próxima quinta-feira

Doze dos 24 portos administrados por estatais tiveram suas atividades suspensas por seis horas hoje. Na semana que vem, movimento será de 24 horas

Sindicato dos Portuários RJ

Trabalhadores aderem à paralisação na Companhia das Docas do Rio de Janeiro

São Paulo – Após paralisação de advertência realizada na manhã de hoje (24), até o início da tarde, os portuários já se preparam para uma greve de 24 horas na próxima quinta-feira (30). Segundo os sindicatos da categoria, as atividades foram suspensas durante seis horas – das 7h às 13h – nos portos de Salvador, Ilhéus e Arapu (BA), Rio de Janeiro, Angra, Sepetiba e Niterói (RJ), Vitória, Maceió, Areia Branca (RN), Belém e Vila do Conde (PA). Cerca de 5 mil trabalhadores participaram.

Os trabalhadores cobram do governo federal uma resposta em relação aos problemas enfrentados com o Portus, fundo de previdência complementar da categoria. Segundo a Federação Nacional dos Portuários (FNP), o plano apresenta dificuldades para pagar os benefícios de seus assistidos devido à inadimplência das patrocinadoras (companhias Docas) e da União.

“Temos informações de que o dinheiro que está em caixa não vai durar até os próximos 12 meses. A dívida das empresas patrocinadoras e do governo federal totaliza R$ 4 bilhões”, afirma o diretor de Administração e Finanças da federação, José Renato de Rosa. Segundo ele, os números foram auditados pelo próprio Portus, que está sob intervenção do governo federal desde 2011. Os trabalhadores esperam discutir a questão em uma reunião marcada para quarta (29) com representantes da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).  Segundo a federação, a reunião estava agendada antes da manifestação desta manhã.

Entre as reivindicações dos portuários, também estão a implementação de um plano de cargos, carreiras e salários (PCCS) e a regulamentação dos serviços da guarda portuária, com a contratação de trabalhadores via concursos públicos e sem terceirização. Com a aplicação da Lei dos Portos (12.815, de junho de 2013), a regulamentação da atividade da guarda ficou a cargo da Secretaria de Portos (SEP). Os trabalhadores informam que, em novembro, a SEP apresentou uma proposta de regulamentação que permite a contratação de segurança privada (terceirizada) para a vigilância dos portos.

Em nota, a Secretaria de Portos informa que “está ciente das reivindicações e vem mantendo diálogos com os trabalhadores, juntamente com a Secretaria Geral da Presidência da República, e que está acompanhado os desdobramentos do movimento”.