CUT – No quarto dia da greve por direitos básicos como reposição salarial, eletricitários da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) realizam nesta quinta-feira (2) um grande ato, às 12h, em frente à sede da estatal, na Avenida Barbacena, número 1200, bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte.

O ato é unificado e reúne representantes de vários sindicatos e movimentos populares contrários à privatização da Cemig, além de caravanas de eletricitários ligados ao Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Energética em Minas Gerais (Sindieletro-MG), que virão de várias partes do estado. O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, também estará presente.

Reposição do poder de compra

Apesar da forte adesão à paralisação por tempo indeterminado e do apoio de movimentos sociais, sindicatos de outras categorias e de parlamentes comprometidos com os direitos da classe trabalhadora, o governador do estado, Romeu Zema (Novo), se mantém intransigente e não dá sinal de que vai negociar.

A principal reivindicação dos eletricitários, que estão em campanha salarial para a renovação Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), é reajuste salarial de acordo com a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para o período de 1º de novembro de 2020 a 31 de outubro de 2021. Ou seja, recomposição do que já perderam com a inflação, que segue em disparada e atingiu dois dígitos – o INPC de novembro alcançou 11,08%.

Audiência no TRT-3

Durante a manhã desta quinta, dirigentes do Sindieletro-MG foram para as portarias das unidades da empresa para informar os trabalhadores sobre o resultado da reunião com a gestão da Cemig, indicada por Zemn, e com desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3), realizadas nesta quarta-feira (1º).

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Segundo o coordenador-geral do Sindieletro, Emerson Andrada, a gestão da empresa continua intransigente e causa o impasse, impedindo o avanço na proposta da categoria e o recuo em sua contraproposta de retirada de direitos dos eletricitários ativos e aposentado.

Não à privatização

A Cemig está sendo desmontada pelo governo Zema para ser privatizada e é alvo de uma CPI na Assembleia Legislativa que aponta várias irregularidades cometidas pelos gestores indicados pelo governador, grande parte deles constituída de paulistas, diz o Sindeletro-MG.

Sede da Cemig está ocupada

Movimentos populares e sindicais ocuparam a a sede da Cemig, na manhã de segunda-feira (29), primeiro dia da greve por tempo indeterminado. Além do apoio aos grevistas, a ação é pela redução das tarifas de energia eletrica.

De acordo com o Sindieletro-MG, a ocupação também tem como objetivo denunciar os ataques do governo de Romeu Zema aos direitos dos trabalhadores.

Compromisso com a população

Apesar da greve, os servidores estão atendendo ocorrências de urgência, de acordo com Emerson Andrada. 

Quanto aos serviços de rotina, Emerson diz que serão interrompidos e o atendimento passa a ser obrigação exclusiva da empresa.

O que é acordo coletivo de trabalho

O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) é um instrumento firmado após negociação entre uma ou mais empresas e a entidade sindical que representa os trabalhadores. Ele estabelece reajuste salárial, benefícios, condições de trabalho e outros itens que valem só para os trabalhadores desta empresa. Na maioria das vezes, esse acordo serve para resolver alguma situação conflitante e, para isso, é realizado a negociação.

O que é convenção coletiva de trabalho

A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) também é um acordo firmado entre o sindicato dos trabalhadores e o sindicato patronal após negociações que definem uma série de regras trabalhistas específicas de cada categoria profissional. A diferença entre a CCT e o ACT é o alcance.

O ACT vale apenas para os trabalhadores de determinada empresa. Já a CCT vale para toda a categoria.