Mobilização

Servidores de São Paulo e profissionais de saúde fazem ato em defesa do Iamspe

Iamspe tem déficit de 614 trabalhadores e alta demanda: 1,5 milhão de pessoas estão credenciadas ao instituto público

Reprodução / Wikipedia
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Servidores protestam nesta quinta contra sucateamento do Iamspe e do hospital onde faltam profissionais e serviços já são terceirizados

São Paulo – Trabalhadores do serviço público realizam nesta quinta-feira (25) ato em defesa do instituto de assistência médica dos servidores estaduais paulistas, o Iamspe. O protesto, a partir das 10h, será em frente ao prédio da Administração do instituto (Av. Ibirapuera, 981, zona sul da capital). Os servidores reivindicam melhoria no atendimento para todos, com redução das filas para consulta e cirurgias, e com ativação de 100% da capacidade de atendimento do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE). Se acordo com o sindicato dos profissionais de saúde do estado (Sindsaúde-SP), faltam mais de 350 médicos no instituto. Há um ano, só no HSPE faltavam 238.

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A perda de profissionais vem se acentuando. Nos últimos cinco anos, 1.199 foram desligados e apenas 585 foram admitidos, levando a um déficit de 614 profissionais. Mas, conforme denunciam os servidores, levando-se em conta a demanda – cerca de 1,5 milhão de pessoas credenciadas ao instituto –, esse déficit é ainda maior.

O protesto denuncia também a desativação de serviços prestados no hospital e exige abertura de concurso público para a contratação de novos profissionais. Somente entre janeiro e setembro deste ano, 169 funcionários se desligaram, mas houve apenas 4 admissões. Esse gargalo ameaça o pleno funcionamento do hospital.

O ato é organizado pelo SindSaúde-SP em parceria com diversos sindicatos representantes de funcionários do estado.

Salário e condições de trabalho

A pauta de reivindicações dos servidores inclui, ainda, melhores condições de trabalho e salariais. Os trabalhadores se queixam de sobrecarga e do achatamento de suas remunerações. Agentes técnicos de saúde (como nutricionistas, psicólogos, terapeuta ocupacional, assistente social), por exemplo, recebem um prêmio de incentivo 54,37% menor (R$ 600) do que os trabalhadores da saúde da administração direta (R$ 1.315).

“No fim das contas, todos os trabalhadores e as trabalhadoras do Iamspe enfrentam grandes perdas salariais”, resume a secretária de Assuntos Jurídicos do SindSaúde-SP, Regina Bueno, funcionária do HSPE.

Essa realidade, denunciam os servidores, leva à deterioração e até mesmo ao sucateamento do Iamspe, de serviços médicos, de enfermagem, laboratoriais e de imagem. Consequentemente, à terceirização de serviços até então realizados pelo próprio hospital. “Os trabalhadores do instituto questionam o fato de ter dinheiro para terceirizar o serviço, mas não ter para aumentar os salários dos servidores que há anos se dedicam em cuidar de todo o funcionalismo estadual”, compara Regina Bueno.