Desprezo

Governador Tarcísio mantém-se intransigente e servidores da saúde repetem paralisação

Em campanha salarial, os trabalhadores voltaram a paralisar suas atividades nesta quarta-feira (5) para pressionar o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que se recusa a discutir as reivindicações

SindSaúde-SP
SindSaúde-SP
Trabalhadores em passeata nas imediações do complexo do Hospital do Servidor Público de SP

São Paulo – Os servidores estaduais da saúde em São Paulo voltaram a paralisar suas atividades nesta quarta-feira (5) para pressionar o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). A paralisação foi convocada devido à ausência de negociação. Em regime de revezamento para não prejudicar o atendimento à população, fizeram atos e passeatas em ruas de grande movimento na capital paulista nas proximidades de hospitais. E entregaram uma carta aberta aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe).

Assim como na paralisação do dia 28 de junho, denunciaram o descaso do governo de Tarcísio de Freitas. Até o momento não foi aberta negociação da pauta da campanha salarial. Durante manifestações em frente ao Hospital do Servidor Público Estadual, uma faixa da Avenida 23 de Maio foi fechada. No Complexo Hospitalar do Mandaqui, na zona norte da capital, houve caminhada na rua Voluntários da Pátria.

Em Santos, no litoral paulista, trabalhadores do Hospital Guilherme Álvaro caminharam pelas ruas da
cidade. E foram atacados por parte da população, que não compreendeu o sentido do protesto que visa também a melhoria do atendimento.

Piso salarial da enfermagem e outras pautas

A categoria reivindica a aplicação do Piso Nacional da Enfermagem para contratados da Administração Direta, autarquias, municipalizados e aposentados(as), com paridade, para que nenhum profissional da enfermagem seja prejudicado. O sindicato dos trabalhadores da rede estadual de saúde (SindSaúde-SP) cobra do governo estadual a aplicação do novo valor, com base em levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “O estado mais rico do país tem verba para isso, sem a necessidade de repasse do governo federal. Mas para isso é necessário vontade política do governo do estado”, diz o sindicato.

Representantes do sindicato dos trabalhadores na rede estadual de Saúde (SindSaúde-SP) foram recebidos pelo secretário estadual de Saúde, Eleuses Paiva, no último dia 29 de junho. Na ocasião foram cobrados todos os itens da pauta de reivindicações.

Entre as reivindicações dos servidores da saúde estão:

  • recomposição salarial de 50%, assim como concedida ao governador, vice e secretários;
  • reajuste do vale-refeição Vale-refeição de R$ 12 para R$ 43,27. O valor atual, congelado desde 2018, é insuficiente para custear uma refeição.

Segundo o sindicato, o secretário quis se esquivar. E deu a resposta que está virando padrão nessas reuniões: “A Secretaria está estudando diversos cenários”. E mesmo com várias cobranças da direção do sindicato, se omitiu de explicar quais seriam esses estudos e possíveis cenários.

O SindSaúde-SP chegou a entregar a pauta diretamente ao governador, em um evento. Na ocasião, Tarcísio de Freitas disse que os profissionais da saúde “precisam ter paciência”.

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Redação: Cida de Oliveira