por dignidade

Servidores da saúde de São Paulo protestam por recomposição salarial e pelo piso da enfermagem

Trabalhadores pedem reajuste de 50%, referente à perda nos últimos 10 anos, e 5% de aumento real. O índice é o mesmo concedido ao governador, ao vice e aos secretários

Divulgação/SindSaúde
Divulgação/SindSaúde
Servidores protestaram em frente à Secretaria Estadual da Saúde

São Paulo – Servidores da rede estadual de saúde de São Paulo protestaram na manhã desta sexta-feira (16) por recomposição salarial e pelo pagamento do piso da enfermagem. Em assembleia realizada em frente à sede da Secretaria de Saúde, eles denunciaram condições degradantes de trabalho enfrentadas no dia a dia. Diante da situação, a categoria não descarta entrar em greve.

Em campanha salarial, os trabalhadores reivindicam reajuste de 50%, referente à perda inflacionária nos últimos 10 anos, e 5% de aumento real. O índice é o mesmo concedido ao governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao vice e aos secretários.

Na avaliação do SindSaúde São Paulo, aplicar o mesmo índice “é mais do que justo” para recompor o poder de compra daqueles que se dedicam diariamente a cuidar das pessoas enfermas. E que colocaram suas próprias vidas e de suas famílias em risco durante a pandemia de covid-19.

Estado mais rico pode pagar o piso da enfermagem

Por isso, a categoria reivindica também a aplicação do piso nacional da enfermagem para contratados da administração direta, autarquias, trabalhadores municipalizados e aposentados. Isso para que nenhum profissional da enfermagem seja prejudicado.

O piso foi aprovado o ano passado, e desde então o SindSaúde-SP cobra que o governo estadual aplique o novo valor. “Estado mais rico do país tem verba para isso, sem a necessidade de repasse do governo federal”, defende a entidade.

Pauta de reivindicações inclui também:

  • Reajuste de 50% do Prêmio de Incentivo e a publicação do decreto para estabelecer o coeficiente, que garanta um reajuste anual do prêmio de incentivo
  • Reajuste do vale-refeição para R$ 43,27, valor estabelecido com base na Pesquisa Preço Médio Refeição, realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). O valor de R$ 12, pago atualmente, é o mesmo desde 2018. Na região do chamado quarteirão da saúde em São Paulo, onde está o Hospital das Clínicas, o valor permite comprar um pão com ovo e um cafezinho. Além de vale-refeição digno, os servidores reivindicam o benefício para todos os dias do mês, nas férias e durante as licenças médicas. Além do fim do teto salarial para concessão do auxílio-alimentação, e a concessão do vale-refeição independente do vínculos de trabalho
  • Garantia de isonomia de aposentados, estendendo os reajustes concedidos aos trabalhadores ativos também para os que já se aposentaram
  • Revogação da reforma administrativa, que acabou com as faltas abonadas e com o reajuste automático anual do Adicional de Insalubridade
  • Retorno do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) para a Secretaria de Saúde
  • Abertura de concursos públicos tanto para os equipamentos da administração direta como para autarquias e Iamspe
  • Jornada de 30 horas semanais para autarquias, assim como já foi aprovado em 2013 para trabalhadores dos setores administrativos de equipamentos geridos pelo próprio estado