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Tarcísio não negocia pauta, e servidores da saúde protestam em todo o estado de São Paulo

Categoria reivindica recomposição de 50% (como obtiveram o governador, o vice e secretários), aumento real de 5%, aumento do vale-refeição e pagamento do piso. Segundo o Dieese, o estado tem condições de pagar

SindSaúde/SP
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Servidores do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto em dia estadual de mobilização

São Paulo – Servidores da saúde protestaram ao longo desta quarta-feira (28) em todo o estado de São Paulo contra a intransigência do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). O dia de mobilização começou cedo nas unidades, com a organização dos trabalhadores para garantir o atendimento durante os atos. O objetivo foi o de não prejudicar a assistência a população. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP), há descaso do governo estadual. Até o momento não houve disposição da parte dos gestores de negociar efetivamente a pauta da campanha salarial.

Os trabalhadores reivindicam a recomposição salarial de 50% para todas as categorias da saúde, referente à perda inflacionária nos últimos 10 anos. É o mesmo índice concedido ao governador Tarcísio de Freitas, ao vice-governador e aos secretários de estado. Para a categoria, aplicar o mesmo índice “é mais do que justo”, para recompor o poder de compra daqueles que colocaram suas próprias vidas e de suas famílias em risco durante a crise sanitária da covid-19. E que se dedicam durante toda a trajetória profissional ao cuidado do próximo e a salvar vidas. Eles reivindicam também aumento real de 5%.

A aplicação do piso salarial da enfermagem é outro ponto da pauta de reivindicação. O SindSaúde-SP defende a aplicação para trabalhadores contratados pela Administração Direta, autarquias, municipalizados e aposentados, com paridade. O objetivo é que nenhum profissional da enfermagem seja prejudicado.

Tarcísio pode pagar o piso da Enfermagem, diz Dieese. Mas não paga

Aprovado em 2022, o piso ainda não foi pago. Desde então o SindSaúde-SP cobra a aplicação do novo valor. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o estado mais rico do país tem verba para o custeio. E não carece de repasse do governo federal. A falta é de vontade política para pagar, diz o sindicato.

O reajuste do valor do vale-refeição de R$ 12,00 para R$ 43,27 também é reivindicado. O valor é o mesmo desde 2018, última vez que foi concedido reajuste. É insuficiente para custear uma refeição. Segundo o sindicato, com o valor defasado é possível comprar apenas um pão com ovo e um cafezinho em estabelecimentos da região do Hospital das Clínicas de São Paulo. Por isso, a categoria reivindica o reajuste do vale-refeição para R$ 43,27, que se refere ao preço médio da refeição, com base na pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT).

De acordo com o SindSaúde-SP, até que o governo aceite negociar haverá mobilização todas as quartas-feiras. Caso contrário, será chamada nova assembleia para deliberar ou não por greve. As categorias da saúde estão alinhadas com os trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), já que defendem uma assistência de qualidade e a garantia de atendimento. E também com os usuários do Iamspe, que sofrem com as grandes filas de espera e demora no atendimento.

Confira as unidades de saúde nas quais houve mobilização dos trabalhadores

  • Pam Vázea do Carmo, no bairro do Cambuci, na capital;
  • Conjunto Hospitalar do Mandaqui, na zona norte da capital;
  • Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP (HC Campus);
  • O setor de Araraquara da extinta Superintendência de Controle de Endemias (Sucen);
  • Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE);
  • Hospital Maternidade Interlagos, na capital;
  • Hospital do Heliópolis, na capital paulista;
  • Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia;
  • Conjunto Hospitalar de Sorocaba;
  • Hospital Regional de Assis;
  • Hospital Infantil Cândido Fontoura, na zona leste da capital;
  • Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, na zona leste da capital;
  • Hospital Guilherme Álvaro, na Baixada Santista;
  • Hospital Santa Tereza, em Ribeirão Preto;
  • Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER), na capital;
  • Instituto Adolfo Lutz, na capital;
  • Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia (IPGG) José Ermírio de Moraes, na zona leste da capital;
  • Hospital Geral de São Mateus, na capital paulista;
  • Hospital Infantil Darcy Vargas, no bairro do Morumbi, na capital paulista;
  • Hospital Ipiranga, na capital;
  • Hospital Regional de Osasco;
  • Hospital Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti, em Mogi das Cruzes;
  • Centro Desenvolvimento Portador Deficiência Mental (Cedeme), em Itu;
  • Hospital Estadual Especializado em Reabilitação “Dr. Francisco Ribeiro Arantes”, em Itu;
  • Unidade de Emergência – Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

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Redação: Cida de Oliveira – Edição: Helder Lima