Campanha salarial

Metalúrgicos da Toyota também fecham acordo com reajuste integral

Eles terão aumento de 10,42%, além de vale-alimentação e cláusula de preferência na contratação de trabalhadores vacinados

Adonis Guerra/SMABC
Adonis Guerra/SMABC
Assembleia na Toyota, ontem: além do reajuste, metalúrgicos querem discutir com a empresa propostas que garantam o futuro da fábrica na região

São Paulo – Os trabalhadores na Toyota, de São Bernardo, também aprovaram em assembleias, ontem (29), acordo com reajuste pela inflação, encerrando a campanha salarial nas montadoras na base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC). As negociações prosseguem em outros setores.

Com isso, eles garantem reajuste pelo INPC acumulado em 12 meses, até agosto, véspera da data-base: 10,42%, pago de forma retroativa. O acordo inclui vale-alimentação (a partir de novembro), renovação das cláusulas sociais e um item que dá preferência, a partir de janeiro, à contratação de trabalhadores vacinados.

“A conquista do vale alimentação é muito significativa, pois se trata de um ganho real. Diante do aumento do custo de vida, da alta nos alimentos, essa quantia vai aliviar um pouco o orçamento”, afirmou o diretor administrativo do sindicato, Wellington Messias Damasceno. “A Toyota teve coerência, fez revisão dos números a partir do seu planejamento de produção e venda e valorizou o esforço dos trabalhadores.”

Discutindo investimentos

O dirigente acrescentou que as discussões também levam em conta alternativas que garantam o futuro da fábrica na região. “Queremos discutir o futuro desta planta, se será uma fábrica de componentes, quais componentes vamos produzir e quais investimentos vamos receber. Também queremos debater o que pode ser feito para garantir empregos e gerar novos postos de trabalho”, afirma. As conversas são feitas sempre tendo em mente que uma grande empresa aqui fortalece e estimula outras a estarem ou virem para a nossa região”, acrescenta Wellington.

Os metalúrgicos já haviam fechado acordo com a Scania, também em São Bernardo. Na Mercedes e na Volkswagen, estão em vigência acordos firmados no ano passado.

Os sindicatos ligados à FEM-CUT, federação estadual, continuam negociando acordos por setor. Nesta quinta (30), o G2 (empresas de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos) também chegou aos 10,42% de uma vez. Na base do ABC, esse grupo reúne quase 13 mil metalúrgicos. Algumas empresas poderão ter greve nos próximos dias. O segmento aeroespacial chegou a propor os 10,42%, mas não houve acerto nas cláusulas sociais. Outras categorias, como a dos químicos, acabam de aprovar renovação de acordo incluindo o INPC.